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Quando o tempo é um repositório de histórias fantásticas, obrigamo-nos a recolocar no devido lugar o ritmo da urgência. Inspirado em aventuras construídas a muitas mãos, o fio de conversa que aqui traçamos com Maria Laura Mendes, Coordenadora do Centro de Voluntariado Ocupacional (CVO) do Núcleo Regional do Centro, conduz-nos pelo voluntariado ocupacional e de competências. Corre debaixo destas palavras uma união de vontades que faz do CVO uma história de convicções e sucesso. “A isto, chama-se sonhar!”
Porquê este voluntariado na Liga Portuguesa Contra o Cancro?
MLM: Se em cada três pessoas, uma poderá vir a padecer de cancro, estranho seria que a minha família estivesse a coberto desta estatística! E porque o estaria!? Já lá vão vinte anos que a saga da luta contra o cancro se trava na minha vida, acompanhando o meu marido em sucessivas batalhas que, passo a passo, vamos vencendo. E foi ao longo desse tempo e da análise do seu percurso de vigilância, com sobressaltos mais do que a conta, que ambos adquirimos a convicção de que a terapia pelo trabalho e a ocupação são sempre um contributo eficaz.
Então, lutou por provar que a sua convicção estava certa?
MLM: Não pretendo provar o que já está mais que provado…. Comecei por ser voluntária hospitalar no IPO. Uma experiência inesquecível, marcante e também corretora da minha personalidade em alguns aspetos. Em fase aguda da doença do meu marido fiz uma pausa, mas, passados uns tempos, felizmente alguém se lembrou do meu nome e integrei a lista da Direção do Núcleo Regional do Centro. Sem exceção, todos os elementos que dela faziam parte eram entusiastas da ideia do benefício da terapia ocupacional no acompanhamento da doença. Vejamos a importância que se está a dar a este mesmo tema em relação ao envelhecimento ativo e com qualidade. Já é velho o dito popular:” o trabalho dá saúde e a ociosidade é a mãe de todos os vícios”!
A Direção da LPCC Núcleo Regional do Centro viu sempre como um projeto desafiante?
MLM: Claro! O Professor Carlos de Oliveira não é de fazer “emperrar” situações. Havia que desenvolver esforços para se criar um espaço fora do ambiente hospitalar; criar um ambiente que favorecesse um clima relaxado, agradável, que reduzisse a natural ansiedade dos doentes; confortável, de entretenimento, gratuito, e que fosse procurado pelos doentes nos intervalos dos tratamentos, especialmente aqueles que estivessem fora das suas áreas de residência e consequentemente afastados dos seus familiares.
As expectativas de sucesso, têm vindo a confirmar-se?
MLM: Nestes três anos de funcionamento do CVO, e sabendo de antemão, que esta doença em período de tratamento é incapacitante, mesmo que uns tratamentos muito mais do que outros, o facto é que se verifica muito a perda de energia habitual na pessoa. É a razão pela qual as visitas ao CVO não são prioritariamente de doentes em tratamento, mas já em período de restabelecimento, e daí que nem sempre tenhamos conseguido que a frequência dos doentes seja diversificada e constante. Apesar de tudo, recuso completamente a possibilidade de qualquer desânimo ou convencimento de que o projeto não tenha tido o sucesso desejado. Nunca! Estaria, muito injustamente, a minimizar a importância afetiva das utentes que se mantêm fiéis e permanecem connosco desde o início. É com muita verdade que é sempre com muito prazer que me dirijo ao CVO, ao encontro das minhas grandes amigas, as utentes, pelas quais sinto grande amizade. Permanecerei sempre colada à defesa do objetivo prioritário da criação deste espaço em que a LPCC, fiel aos seus princípios de apoio à comunidade, investiu: O CVO é dos doentes e para os doentes.
Neste momento, e enquanto elemento da Direção, é coordenadora do CVO. É o que realmente lhe dá prazer!?
MLM: É verdade. Como coordenadora, aliás, como qualquer dos outros monitores, Graça Azevedo, Manuela Pires, Luísa Damasceno, Luísa Canhão, Ana Laura Mendes, Diogo Lourenço, Alzira Lopes, Tiago Sales e Margarida Santinho, tento nunca esquecer que tenho de incentivar ao sentimento positivo e ao desejo firme, ou mais do que isso, à perseguição da ideia da superação da doença. Afiançar aos utentes que a sobrevivência é possível e numa percentagem avantajada, mais que certa! Acima de tudo, promover o resgate da autoestima e do equilíbrio emocional.
Quais as suas principais preocupações na programação de atividades no CVO?
MLM: Diretamente a orientar o Baú dos Afetos, artes decorativas, (muito longe da minha área de formação) a reciclagem de materiais, sobretudo papel, ocupa lugar de destaque. Tento nunca programar atividades cuja execução seja difícil, atendendo às possíveis sequelas da quimioterapia em algumas doentes, especialmente no que diz respeito à diminuição de sensibilidade na ponta dos dedos.
Quais as aspirações futuras?
MLM: A minha grande aspiração é que o número de monitores permita proceder a um atendimento, em certos casos, não só individualizado, mas até personalizado. A isto, chama-se sonhar!
Que apelo faria à comunidade, especialmente a futuros voluntários?
MLM: Para passar do sonho à feliz realidade, gostaria de dirigir um apelo às pessoas disponíveis, de boa vontade, que dominem as áreas em que o CVO se move: que se inscrevam, para que o trabalho resulte mais produtivo. O CVO espera-vos!
► PERFIL
Nome:
Maria Laura Tavares Andrade Silva Mendes
Profissão:
Professora de Língua Portuguesa do 2º ciclo
Situação Profissional:
Reformada
O que nos Liga?
Tal como para todos os que trabalham nesta
Instituição, TUDO. Desde que reverta a favor do
doente oncológico.
Último livro que leu:
“Adivinhas de Pedro e Inês”, Agustina Bessa Luís
(3 volumes, início 1808)
Último filme que viu:
“A Rapariga Dinamarquesa”
NA CONVERGÊNCIA DE VONTADES E SENTIDOS

Entrevista a Maria Laura Mendes, Vogal da direção do NRC (Coordenadora do CVO), integrada na segunda edição da Newsletter O Que Nos Liga - Voluntariado em Oncologia, do Núcleo Regional do Centro.
Quando o tempo é um repositório de histórias fantásticas, obrigamo-nos a recolocar no devido lugar o ritmo da urgência. Inspirado em aventuras construídas a muitas mãos, o fio de conversa que aqui traçamos com Maria Laura Mendes, Coordenadora do Centro de Voluntariado Ocupacional (CVO) do Núcleo Regional do Centro, conduz-nos pelo voluntariado ocupacional e de competências. Corre debaixo destas palavras uma união de vontades que faz do CVO uma história de convicções e sucesso. “A isto, chama-se sonhar!”
Porquê este voluntariado na Liga Portuguesa Contra o Cancro?
MLM: Se em cada três pessoas, uma poderá vir a padecer de cancro, estranho seria que a minha família estivesse a coberto desta estatística! E porque o estaria!? Já lá vão vinte anos que a saga da luta contra o cancro se trava na minha vida, acompanhando o meu marido em sucessivas batalhas que, passo a passo, vamos vencendo. E foi ao longo desse tempo e da análise do seu percurso de vigilância, com sobressaltos mais do que a conta, que ambos adquirimos a convicção de que a terapia pelo trabalho e a ocupação são sempre um contributo eficaz.
Então, lutou por provar que a sua convicção estava certa?
MLM: Não pretendo provar o que já está mais que provado…. Comecei por ser voluntária hospitalar no IPO. Uma experiência inesquecível, marcante e também corretora da minha personalidade em alguns aspetos. Em fase aguda da doença do meu marido fiz uma pausa, mas, passados uns tempos, felizmente alguém se lembrou do meu nome e integrei a lista da Direção do Núcleo Regional do Centro. Sem exceção, todos os elementos que dela faziam parte eram entusiastas da ideia do benefício da terapia ocupacional no acompanhamento da doença. Vejamos a importância que se está a dar a este mesmo tema em relação ao envelhecimento ativo e com qualidade. Já é velho o dito popular:” o trabalho dá saúde e a ociosidade é a mãe de todos os vícios”!
A Direção da LPCC Núcleo Regional do Centro viu sempre como um projeto desafiante?
MLM: Claro! O Professor Carlos de Oliveira não é de fazer “emperrar” situações. Havia que desenvolver esforços para se criar um espaço fora do ambiente hospitalar; criar um ambiente que favorecesse um clima relaxado, agradável, que reduzisse a natural ansiedade dos doentes; confortável, de entretenimento, gratuito, e que fosse procurado pelos doentes nos intervalos dos tratamentos, especialmente aqueles que estivessem fora das suas áreas de residência e consequentemente afastados dos seus familiares.
As expectativas de sucesso, têm vindo a confirmar-se?
MLM: Nestes três anos de funcionamento do CVO, e sabendo de antemão, que esta doença em período de tratamento é incapacitante, mesmo que uns tratamentos muito mais do que outros, o facto é que se verifica muito a perda de energia habitual na pessoa. É a razão pela qual as visitas ao CVO não são prioritariamente de doentes em tratamento, mas já em período de restabelecimento, e daí que nem sempre tenhamos conseguido que a frequência dos doentes seja diversificada e constante. Apesar de tudo, recuso completamente a possibilidade de qualquer desânimo ou convencimento de que o projeto não tenha tido o sucesso desejado. Nunca! Estaria, muito injustamente, a minimizar a importância afetiva das utentes que se mantêm fiéis e permanecem connosco desde o início. É com muita verdade que é sempre com muito prazer que me dirijo ao CVO, ao encontro das minhas grandes amigas, as utentes, pelas quais sinto grande amizade. Permanecerei sempre colada à defesa do objetivo prioritário da criação deste espaço em que a LPCC, fiel aos seus princípios de apoio à comunidade, investiu: O CVO é dos doentes e para os doentes.
Neste momento, e enquanto elemento da Direção, é coordenadora do CVO. É o que realmente lhe dá prazer!?
MLM: É verdade. Como coordenadora, aliás, como qualquer dos outros monitores, Graça Azevedo, Manuela Pires, Luísa Damasceno, Luísa Canhão, Ana Laura Mendes, Diogo Lourenço, Alzira Lopes, Tiago Sales e Margarida Santinho, tento nunca esquecer que tenho de incentivar ao sentimento positivo e ao desejo firme, ou mais do que isso, à perseguição da ideia da superação da doença. Afiançar aos utentes que a sobrevivência é possível e numa percentagem avantajada, mais que certa! Acima de tudo, promover o resgate da autoestima e do equilíbrio emocional.
Quais as suas principais preocupações na programação de atividades no CVO?
MLM: Diretamente a orientar o Baú dos Afetos, artes decorativas, (muito longe da minha área de formação) a reciclagem de materiais, sobretudo papel, ocupa lugar de destaque. Tento nunca programar atividades cuja execução seja difícil, atendendo às possíveis sequelas da quimioterapia em algumas doentes, especialmente no que diz respeito à diminuição de sensibilidade na ponta dos dedos.
Quais as aspirações futuras?
MLM: A minha grande aspiração é que o número de monitores permita proceder a um atendimento, em certos casos, não só individualizado, mas até personalizado. A isto, chama-se sonhar!
Que apelo faria à comunidade, especialmente a futuros voluntários?
MLM: Para passar do sonho à feliz realidade, gostaria de dirigir um apelo às pessoas disponíveis, de boa vontade, que dominem as áreas em que o CVO se move: que se inscrevam, para que o trabalho resulte mais produtivo. O CVO espera-vos!
► PERFIL
Nome:
Maria Laura Tavares Andrade Silva Mendes
Profissão:
Professora de Língua Portuguesa do 2º ciclo
Situação Profissional:
Reformada
O que nos Liga?
Tal como para todos os que trabalham nesta
Instituição, TUDO. Desde que reverta a favor do
doente oncológico.
Último livro que leu:
“Adivinhas de Pedro e Inês”, Agustina Bessa Luís
(3 volumes, início 1808)
Último filme que viu:
“A Rapariga Dinamarquesa”
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