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Educação para a saúde sobre cancro colorretal

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Ícone cancro: cadeia de ADN num circulo vermelho

O Cancro

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O Cancro Colorretal

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Prevenção

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Tratamento

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Apoio

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Informações

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O Cancro

Neste capítulo é contextualizado o processo de divisão celular (mitose) e o surgimento de um tumor.

No mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o diagnóstico de cancro. Mas o que é o cancro?

O cancro tem origem nas células. Um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.

Algumas vezes, contudo, dá-se uma multiplicação desordenada e descontrolada das células. Formam-se células novas sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não morrem. Este conjunto de células atípicas é que constitui um tumor.

Ilustração da divisão celular “normal” versus “anormal”

Nem todos os tumores correspondem a cancro. Com efeito, os tumores podem ser benignos ou malignos.

  • Os tumores benignos não são considerados cancro. Raramente põem a vida em risco e, se completamente removidos, não voltam a crescer. As células dos tumores benignos não se “espalham”, ou seja, não se disseminam para os tecidos vizinhos ou para outras partes do organismo;
  • Os tumores malignos, esses sim, são considerados cancro. Podem colocar a vida em risco e, mesmo após serem removidos, são dotados da capacidade de voltar a crescer. As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os tecidos e órgãos vizinhos. Por vezes, libertam-se do tumor primitivo (primário) e entram na corrente sanguínea ou no sistema linfático (metastização), formando novos tumores noutros órgãos (secundários ou metastizados).
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O Cancro Colorretal

Neste capítulo serão abordados os seguintes temas:

  • Anatomia do cólon;
  • Fatores de risco do cancro colorretal;
  • Sintomas de Cancro Colorretal;
  • Incidência, Mortalidade e Sobrevivência.

Anatomia do cólon

O cólon e o reto fazem parte do aparelho digestivo, formando um tubo, mais ou menos longo, designado intestino grosso. O cólon é a primeira porção do intestino grosso (120 a 150 cm), constituindo o reto a sua parte terminal (10 a 15 cm). O segmento do cólon que se une ao reto é designado por sigmoide, enquanto que o que se liga ao intestino delgado chama-se cego.

Ilustração da anatomia do cólon e reto

Os resíduos alimentares, não absorvidos no intestino delgado (fezes), penetram no cólon, onde ocorre a reabsorção de parte do seu conteúdo (água e eletrólitos), sendo o restante expulso através do ânus, após passagem pelo reto.

O tumor maligno que tem origem no cólon chama-se cancro do cólon, enquanto que o que se inicia no reto é apelidado de cancro retal. O cancro que afeta qualquer um destes segmentos do intestino grosso é, assim, designado por cancro colorretal.

Quando o cancro colorretal se dissemina, ou metastiza, para fora do cólon ou do reto, as células cancerosas são, muitas vezes, encontradas nos gânglios linfáticos vizinhos. Se as células cancerosas já tiverem atingido estes gânglios, é provável que se tenham espalhado, também, para outros gânglios linfáticos, ou mesmo para outros órgãos, como o fígado e/ou os pulmões.

Quando o cancro metastiza, do seu local de origem para outra parte do corpo, o novo tumor tem o mesmo tipo de células "anormais" do tumor primário. Por exemplo, se o cancro colorretal metastizar para o fígado, as células cancerosas presentes neste órgão são, na verdade, células de cancro colorretal. Por essa razão, a pessoa irá receber tratamento para cancro colorretal e não para cancro do fígado - os tratamentos diferem em função da origem do tumor.

Fatores de Risco de Cancro Colorretal

Ninguém sabe, exatamente, quais as causas do cancro colorretal. Raramente o médico consegue explicar porque é que uma determinada pessoa desenvolve a doença e uma outra não. O cancro colorretal não é contagioso: ninguém "apanha" a doença através de outra pessoa.

A investigação demonstrou que pessoas com determinados fatores de risco têm uma maior probabilidade de desenvolver cancro colorretal. Um fator de risco é algo que está ligado a uma probabilidade aumentada de desenvolver a doença.

Foram já identificados os seguintes fatores de risco para cancro colorretal:

  • Idade: a probabilidade de ter cancro colorretal aumenta com o avançar da idade; mais de 90% dos diagnósticos desta doença ocorrem em pessoas com mais de 50 anos; a idade média de diagnóstico do cancro colorretal é de 65 anos;
  • Pólipos colorretais: os pólipos são saliências do tecido da parede interna do cólon e/ou do reto; são comuns em pessoas com mais de 50 anos; a maioria dos pólipos é de natureza benigna, mas grande parte deles (adenomas) podem, com o decorrer do tempo, degenerar e evoluir para cancro; assim, é muito importante detetar e remover atempadamente os pólipos, já que tal reduz significativamente o risco de cancro colorretal;

Ilustração póplipo colorretal

  • História familiar de cancro colorretal: os familiares próximos (pais, irmãos ou filhos) de um indivíduo com cancro colorretal têm uma maior probabilidade de desenvolver a doença, especialmente se o cancro tiver sido diagnosticado numa idade jovem (abaixo dos 50 anos); o risco será tanto mais elevado quanto maior for o número de familiares afetado pela doença;
  • Alterações genéticas: alterações em determinados genes favorecem o desenvolvimento do chamado cancro colorretal hereditário; tal é o caso da Polipose Adenomatosa Familiar, entidade rara (menos de 1% dos casos de cancro colorretal) causada por uma alteração no gene APC, caracterizada pelo aparecimento de centenas de pólipos no tubo digestivo, muito em particular no intestino grosso, o qual, se não for atempadamente removido, desenvolve precocemente (antes dos 40 anos) vários cancros simultâneos (sincrónicos); dentro do mesmo grupo, inclui-se, ainda, o Cancro Hereditário Não Polipóide do Cólon, que, ao atingir aproximadamente 3 em 4 pessoas com alterações no gene HNPCC, contribui para cerca de 2% de todos os casos de cancro colorretal, particularmente os surgidos em indivíduos mais jovens (idade média de diagnóstico de 44 anos);

Fotografia registada por método endoscópico de um intestino com pólipos característicos de uma patologia de Polipose adenomatosa familiar

  • História pessoal de cancro: um indivíduo que já teve cancro colorretal tem um risco aumentado de, no futuro, voltar a desenvolver o tumor (cancro metacrónico); mulheres que hajam padecido de cancro dos ovários, útero (endométrio) ou mama, também apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro colorretal;
  • Colite ulcerosa ou doença de Crohn: um indivíduo que sofra, durante muitos anos, de uma doença que provoca inflamação crónica do intestino, como a colite ulcerosa ou a doença de Crohn, possui um risco aumentado de desenvolver cancro colorretal;
  • Dieta: alguns estudos indiciam que uma dieta rica em gorduras, especialmente gordura animal, e pobre em cálcio, folatos e fibras, pode aumentar o risco de cancro colorretal; sugerem, ainda, que os indivíduos com uma dieta muito pobre em fruta e vegetais, podem igualmente ter um risco acrescido de desenvolver o referido cancro; são necessários mais trabalhos de investigação para melhor esclarecer a relação da dieta alimentar com o cancro colorretal;
  • Obesidade e sedentarismo: um índice de massa corporal igual ou superior a 30 Kg/m2 e a falta de exercício físico têm sido associados, em alguns estudos, a um risco acrescido de cancro colorretal;
  • Hábitos tabágicos: um fumador pesado de cigarros parece ter um risco aumentado de desenvolver pólipos e cancro colorretais.

Sintomas de Cancro Colorretal

Os sintomas mais comuns do cancro colorretal são:

  • Sangue nas fezes;
  • Alteração dos hábitos intestinais;
  • Desconforto ou dor abdominal;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Falta de apetite de comer;
  • Cansaço constante;
  • Náuseas e vómitos;

Na maioria das vezes, estes sintomas não estão relacionados com o cancro. Contudo só o médico o poderá confirmar. Geralmente, as fases iniciais do cancro não causam dor.

Se tem qualquer destes sintomas, não espere até ter dor para consultar o médico.

Incidência, Mortalidade e Sobrevivência

Segundo os dados da Globocan (2012), o tumor maligno com maior incidência em Portugal é o cancro colorretal, sendo também a doença oncológica com maior taxa de mortalidade.

À semelhança de outros países da Europa, em Portugal tem-se observado um aumento continuado da incidência (número de novos casos por ano) do cancro colorretal. No entanto, verifica-se uma diminuição progressiva da mortalidade e um correspondente aumento da taxa de sobrevivência, em resultado tanto do diagnóstico cada vez mais precoce do tumor como das melhorias ocorridas no seu tratamento.

Ícone prevenção: Círculo vermelho com um desenho representando uma colonoscopia

Prevenção do Cancro Colorretal

Neste capítulo descrevem-se as principais formas de deteção precoce de cancro colorretal.

Na atualidade, o rastreio do cancro colorretal, organizado e de base populacional, constitui a única medida, reconhecidamente eficaz, de prevenção do tumor. O referido rastreio, deve incidir sobre a população de risco médio ou padrão, a qual inclui todos os indivíduos assintomáticos, de idade igual ou superior a 50 anos, sem fatores de risco, pessoais ou familiares, favorecedores do desenvolvimento de cancro colorretal.

Os integrantes do chamado grupo de alto risco de desenvolvimento de cancro colorretal, ou seja, os indivíduos com antecedentes pessoais de tumor ou doença inflamatória intestinal e/ou com história familiar de cancro ou pólipos colorrectais, devem ser sujeitos, por sua vez, a programas especialmente apertados de controlo e vigilância através da colonoscopia, realizada com uma frequência diretamente proporcional ao risco envolvido.

Rastreio do Cancro Colorretal

Na prática, estão disponíveis dois métodos para o rastreio do cancro colorretal.

Uma das opções, será iniciar o rastreio realizando um teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes, o qual deverá ser anualmente repetido e, caso se revele positivo, ser obrigatoriamente seguido pela realização de colonoscopia.

Estes testes começaram a ser utilizados na década de 70 do século XX, sendo que, naquela altura, a lesão alvo do rastreio era o tumor maligno num estádio inicial e curável, sendo o seu objetivo fundamental a diminuição da taxa de mortalidade por cancro colorretal. Como o seu nome indica, visam identificar a presença de sangue não visível nas fezes, fazendo uso do facto dos tumores malignos do intestino habitualmente sangrarem. Será importante salientar que os pólipos benignos raramente sangram, pelo que este teste não pode ter como objetivo a sua deteção.

É fundamental perceber que o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes tem algumas limitações, a mais importante das quais relaciona-se com o facto dos tumores do intestino não sangrarem todos os dias ou da quantidade de sangue que perdem ser muito baixa e, portanto, não detetável nas fezes. Isto significa que se pode ter um tumor no intestino mas o teste não detetar sangue. Para ultrapassar esta limitação, é necessário repetir o teste frequentemente, em intervalos curtos, no máximo de um ano. A repetição do teste em intervalos curtos aumenta a possibilidade do teste ser realizado num dia em que o tumor dê origem a uma perda detetável de sangue.

Pode ainda acontecer o teste ser positivo e a colonoscopia não revelar alterações significativas. Neste caso, não deverá ficar preocupado. Este facto radicará, muito provavelmente, na presença de hemorróidas, situação muito frequente na idade adulta. Na realidade, a doença hemorroidária constitui a principal causa da presença de sangue nas fezes e pode justificar a positividade do teste. Portanto, se o teste for positivo e a colonoscopia não revelar alterações, não é necessário repetir o teste no ano seguinte, já que a colonoscopia constitui o melhor método de rastreio do cancro colorretal, conferindo proteção, se for normal, durante pelo menos 5 anos. Existe um ponto essencial ao qual é fundamental resistir: nunca se deve confirmar um teste de sangue oculto nas fezes positivo realizando-o de novo. Definitivamente, um teste positivo obriga sempre à realização de colonoscopia.

Apesar de todas as limitações relacionadas com o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes, convirá salientar que estes exames foram os primeiros a ser utilizados no rastreio do cancro colorretal, tendo demonstrado a sua eficácia. Na realidade, a sua utilização, sujeita ao rigoroso cumprimento das regras atrás referenciadas (periodicidade anual e realização sistemática de colonoscopia nos casos positivos), reduz de forma significativa a mortalidade por cancro colorretal, sendo a sua eficácia similar à da mamografia no rastreio do cancro da mama.

A opção alternativa consiste em iniciar o rastreio do cancro colorretal pela realização, desde logo, duma colonoscopia, a qual, se for normal, deverá ser repetida cada 5 anos.

A colonoscopia constitui o único exame capaz de, em simultâneo, detetar as lesões presentes em qualquer segmento do intestino grosso, caracterizá-las, no que respeita à sua natureza benigna ou maligna (biopsia), e proceder à sua remoção (polipectomia ou mucosectomia).

Desenho de um intestino com um pólipo que está a ser removido por um instrumento clínico próptio para polipectomia.

Deste modo, a colonoscopia, mais do que curar o cancro, permite também preveni-lo. Com efeito, sabendo-se que 90% dos cancros colorretais têm origem em pólipos adenomatosos, a lesão alvo do rastreio passou, naturalmente, a ser o adenoma. Assim, a deteção e remoção atempadas deste tipo de pólipos pela colonoscopia, ao promover a interrupção do processo de evolução para cancro, determina não só a diminuição da mortalidade mas também da incidência do cancro colorretal, reduzindo, de forma muito significativa, o sofrimento e os custos associados ao seu tratamento.

Os exames de imagem alternativos à colonoscopia - clister opaco, colonoscopia virtual e videocápsula, comportam, todos eles, a importante desvantagem de exigirem a realização ulterior duma colonoscopia para caracterização e eventual remoção das lesões observadas.

Todavia, a colonoscopia é, nalgumas pessoas, um exame custoso de realizar, pelo desconforto associado tanto à sua preparação como à sua execução, não dispensando, a este propósito, o recurso à sedação profunda assistida por anestesista. Tal condiciona e limita o papel da colonoscopia enquanto método de rastreio do cancro colorretal na população em geral.

Neste particular, uma alternativa aceitável consiste na realização duma colonoscopia parcial, envolvendo a observação dos segmentos distais do intestino grosso (cólon descendente, sigmoide e reto). Este exame, designado por pansigmoidoscopia flexível ou colonoscopia esquerda, exige uma preparação muito simples e não requer qualquer procedimento anestésico, permitindo o diagnóstico de 70% dos tumores colorretais.

Ícone tratamento

Tratamento do Cancro Colorretal

Neste capítulo são descritos, de forma genérica, os tipos de tratamento para o cancro colorretal: terapêutica endoscópica, cirurgia, radioterapia e terapia hormonal (hormonoterapia).

  • Terapêutica Endoscópica;
  • Cirurgia;
  • Quimioterapia;
  • Radioterapia;
  • Tratamento do Cancro do Cólon;
  • Tratamento do Cancro do Reto.

O tratamento do cancro colorretal inclui: terapêutica endoscópica, cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia. Alguns doentes requerem uma combinação destas terapêuticas.

O cancro do cólon é, por vezes, tratado de modo diferente do cancro do reto. Os tratamentos para o cancro do cólon e do reto serão, adiante, descritos em separado.

Em qualquer estádio do cancro colorretal podem estar indicados medicamentos para aliviar a dor e outros sintomas, bem como para fazer face a eventuais efeitos secundários do tratamento. Estas tratamentos são designados como tratamentos paliativos e/ou de suporte.

Terapêutica Endoscópica

Os cancros colorretais em fase inicial, polipóides e planos, são suscetíveis de serem removidos no decurso da colonoscopia, através, respetivamente, da polipectomia e mucosectomia endoscópicas.

Imagem 1 Pólipo pediculado do intestino grosso
Pólipo pediculado do intestino grosso
Imagem 2 Ansa diatérmica para remoção do pólipo (polipectomia endoscópica)
Ansa diatérmica para remoção do pólipo (polipectomia endoscópica)
Imagem 3 Ansa enlaçando o pólipo a excisar mediante passagem da corrente elétrica
Ansa enlaçando o pólipo a excisar mediante passagem da corrente elétrica
Imagem 4 Pólipo excisado recuperado para exame histológico
Pólipo excisado recuperado para exame histológico
Imagem 5 Escara da polipectomia endoscópica
Escara da polipectomia endoscópica
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A realização exclusiva destas técnicas, sem necessidade de recurso ulterior a cirurgia, depende do rigoroso cumprimento dum conjunto de condições de "segurança" avaliado através do exame histológico da peça removida, estando sobretudo indicada nos doentes de alto risco operatório.

Possíveis questões a colocar ao gastrenterologista:

  • Vê necessidade de fazer mais algum tratamento, incluindo cirurgia?
  • Estará indicada a realização de nova colonoscopia? Daqui a quanto tempo?
  • Aconselha a realização de colonoscopia nos meus familiares? Em quais e quando?

Cirurgia

A cirurgia é o método mais comum de tratamento do cancro colorretal, compreendendo atualmente duas vias de abordagem: incisão abdominal a céu aberto ou laparotómica e através de pequenos furos na parede do abdómen ou laparoscópica. Por vezes, o cirurgião vê-se obrigado, no decurso do ato operatório, a converter uma abordagem laparoscópica numa laparotómica.

Quando uma porção do intestino grosso é removida, o cirurgião tenta ligar as partes saudáveis restantes. No entanto, esta ligação nem sempre é possível. Nestes casos, o cirurgião cria uma nova "via" através da qual as fezes serão eliminadas do organismo, isto é, constrói um estoma, ligando uma extremidade do intestino a uma abertura na parede abdominal, enquanto encerra a outra extremidade. A operação para criação de um estoma chama-se colostomia. Fazendo uso dum adesivo especial, prende-se ao estoma um saco descartável para recolher as fezes.

Para a maioria dos doentes a colostomia é temporária, sendo apenas requerida até o cólon ou o reto cicatrizarem da cirurgia anterior. Após isto se verificar, o cirurgião volta a ligar as partes separadas do intestino e fecha o estoma.

Possíveis questões a colocar ao cirurgião:

  • Que tipo de operação me recomenda?
  • Vou precisar de fazer remoção de alguns gânglios linfáticos? Serão removidos outros tecidos? Porquê?
  • Quais são os riscos da operação? Vou ter efeitos secundários de longa duração?
  • Vou ter que fazer uma colostomia? Se assim for, esta vai ser permanente?
  • Como vou sentir-me depois?
  • Se tiver dor, como é que vai ser controlada?
  • Quanto tempo vou ter que permanecer no hospital?
  • Quando poderei voltar às minhas atividades normais?

Quimioterapia

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos destinados a erradicar as células cancerosas. A quimioterapia pode incluir apenas um fármaco ou integrar uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente ou através de uma injeção na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo - é a chamada terapêutica sistémica.

A quimioterapia é geralmente administrada por ciclos de tratamento, periodicamente repetidos a intervalos regulares, variáveis de situação para situação. O tratamento pode ser feito durante um ou mais dias, findos os quais ocorre um período de repouso para recuperação, que pode ser de vários dias ou mesmo semanas, antes de fazer uma nova sessão de tratamento.

A maioria dos doentes com cancro realiza a quimioterapia em regime ambulatório (no hospital de dia, consultório do médico ou em casa), ou seja, não necessita de ficar internada no hospital. No entanto, algumas pessoas, mais debilitadas, podem necessitar de internamento enquanto fazem a quimioterapia.

Existem três modalidades de quimioterapia: 1) Neoadjuvante - levada a cabo antes da cirurgia, tem como objetivo reduzir o tamanho do tumor; 2) Adjuvante - realizada após a cirurgia, visa destruir as células cancerosas remanescentes e prevenir uma recidiva local ou à distância do tumor; 3) Paliativa - efetuada em indivíduos com cancro avançado com o intuito de controlar a doença e/ou a sua sintomatologia.

Possíveis questões a colocar ao oncologista:

  • Porque é que preciso deste tratamento?
  • Que fármaco, ou fármacos, me irão ser administrados?
  • Como funcionam os fármacos?
  • Quais serão os benefícios esperados do tratamento?
  • Quais serão os riscos e possíveis efeitos secundários do tratamento? O que poderá ser feito para minimizá-los?
  • Quando terá início o tratamento? Quando se prevê que termine?
  • Como irá o tratamento afetar as minhas atividades normais?

Radioterapia

A radioterapia é um tratamento local e, como tal, afeta apenas as células cancerosas presentes na zona irradiada.

Em determinadas situações, pode ser administrada uma combinação de diferentes tratamentos de radioterapia:

  • Radiação externa: a radiação provém de uma máquina própria, existente em algumas instituições de saúde, às quais o doente terá que aceder; geralmente, os tratamentos são realizados 5 dias por semana, durante várias semanas; em alguns casos, a radioterapia externa pode ser administrada no decurso da cirurgia;
  • Radiação interna: a radiação tem origem num implante corporal de material radioativo, contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico, que são colocados diretamente no sítio do tumor ou perto do mesmo (radiação por implante ou braquiterapia); os implantes permanecem no local durante um intervalo de tempo variável.

Questões eventualmente a colocar ao radioterapeuta:

  • Porque é que preciso deste tratamento?
  • Quais serão os riscos e os efeitos secundários deste tratamento?
  • Existem efeitos a longo prazo?
  • Quando terá início o tratamento? Quando se prevê que termine?
  • Como me irei sentir durante o tratamento?
  • Quais os cuidados que deverei ter durante o tratamento?
  • Poderei continuar com as minhas atividades normais?

Tratamento do Cancro do Cólon

Grande parte dos doentes com cancro do cólon é tratada apenas com cirurgia. Alguns indivíduos necessitarão de fazer alguma das três modalidades de quimioterapia, mais frequentemente a adjuvante. Em pessoas com cancro do cólon raramente é necessária a colostomia. Apesar de a radioterapia não ser muito usada no tratamento do cancro do cólon é, por vezes, utilizada com intuito paliativo, ou seja, para aliviar as dores e outros sintomas.

Tratamento do Cancro do Reto

A cirurgia é o tratamento mais comum no tratamento do cancro do reto. Alguns doentes necessitam de cirurgia, radioterapia (curativa ou paliativa) e/ou quimioterapia (adjuvante, neoadjuvante ou paliativa). Em média, 1 em cada 8 doentes com cancro do reto necessita de colostomia permanente.

Ícone apoio: Círculo vermelho com duas pessoas em que uma delas coloca o braço sobre o ombro da outra

Apoio ao Doente com Cancro Colorretal

Neste capítulo abordamos os diferentes tipos de apoio que a Liga Portuguesa Contra o Cancro disponibiliza ao doente e à sua família, cumprindo assim a sua missão.

Este apoio concretiza-se nas vertentes: informativa, emocional, ocupacional, psicológica, material e jurídica.

Uma das principais tarefas da Liga Portuguesa Contra o Cancro consiste no apoio ao doente canceroso e à sua família, concretizável em várias vertentes: informativa, emocional, ocupacional, psicológica, material e jurídica.

Apoio à Pessoa Ostomizada

A experiência de uma ostomia implica a realização de uma cirurgia mutilante que obriga a um conjunto de alterações no modo de vida, nas relações familiares e sociais, na imagem corporal e na autoestima da pessoa ostomizada. A prestação de cuidados por parte de profissionais especializados, bem como o apoio emocional transmitido por outras pessoas que viveram uma experiência semelhante pode ser decisivo na recuperação física e emocional.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro promove movimentos de apoio a pessoas com ostomias respiratórias (laringectomias e traqueostomias) e de eliminação (colostomias, ileostomias e urostomias), estando também ao dispor dos seus familiares.

Para mais informações e aquisição de material de ostomia por favor contacte:

Liga Portuguesa Contra o Cancro. [página contactos LPCC]

Apoio informativo

Este apoio expressa-se pela orientação dos utentes/doentes, no esclarecimento sobre direitos e deveres, e na informação sobre os serviços disponíveis na Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Apoio ocupacional

Visa a valorização das capacidades do doente, a aquisição de novas competências, bem como a redução do isolamento e a melhoria da autoestima.

Apoio psicológico

Pelo desgaste emocional que o cancro colorretal e os respetivos tratamentos podem causar ao doente e família, poderá ser importante recorrer à ajuda de um psicólogo.

O apoio psicológico traduz-se na intervenção especializada por psicólogos com formação na área da oncologia e visa a redução do impacto negativo da doença e dos respetivos tratamentos, ajudando a promover o bem-estar emocional, a saúde mental e a qualidade de vida dos doentes oncológicos e familiares, ao longo de todas as fases da doença.

Este apoio poderá ser obtido numa Unidade de Psico-Oncologia da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em horário da sua preferência. As consultas são gratuitas.

Alguns sinais sugestivos para ser solicitado o apoio psicológico:

  • Sentimentos persistentes de tristeza, culpa ou desespero;
  • Agitação e ansiedade;
  • Isolamento social;
  • Dificuldade em lidar com a imagem corporal;
  • Problemas no relacionamento conjugal e/ou alterações no ambiente familiar;
  • Dificuldade em aceitar e lidar com os tratamentos;
  • Perda de interesse nas atividades habitualmente realizadas.

Se algum destes ou outros sintomas ocorrerem, em qualquer uma das etapas da doença, o acompanhamento psicológico especializado poderá ajudar a:

  • Expressar medos e dúvidas associadas ao diagnóstico e tratamento do cancro colorretal;
  •  Desenvolver melhores formas de lidar com as mudanças físicas e no estilo de vida;
  • Lidar com dificuldades ao nível da relação conjugal e comunicação com os filhos;
  • Promover a adesão aos tratamentos;
  • Prevenir e reduzir níveis de ansiedade e depressão;
  • Descobrir e potenciar capacidades próprias e a aceitar-se a si mesmo e às novas circunstâncias de vida.
Mais informações sobre consultas de psico-oncologia

Apoio material

Visa o apoio ao doente oncológico e família, com carências de natureza económica e traduz-se no apoio na aquisição de materiais ortopédicos, medicação não comparticipada, deslocações a tratamentos e outras despesas associadas à doença oncológica.

A atribuição deste apoio material é realizada através de um exigente processo de apreciação técnica e consubstanciado em informação recolhida de várias fontes. A intervenção da LPCC apenas tem lugar quando esgotados os mecanismos estatais de apoio ou quando se verifiquem impedimentos de ordem burocrática, suscetíveis de agravar o estado de saúde do doente ou o equilíbrio familiar.

Apoio jurídico

Através da emissão de pareceres relacionados com os direitos do doente oncológico ou do sobrevivente.

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Educação Inclusiva – O Cancro Colorretal

A Liga Portuguesa Contra o Cancro, em parceria com a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) dá os primeiros passos para a elaboração de materiais educativos adaptados, tornando as informações universais e acessíveis a todos.

O objetivo passa sempre por sensibilizar toda a população, independentemente da sua condição, para a importância do diagnóstico precoce do cancro.

Com a criação de documentos específicos para pessoas cegas e com baixa visão, tanto através de brochuras desenhadas com carateres de dimensão maior do que o habitual e escritos em braille, como também através de publicações eletrónicas (e-book); página web de divulgação das publicações; e ainda uma inovadora app que de uma forma simples e acessível informa sobre prevenção e fatores de risco do cancro.

Para ter acesso a outros materiais e informações de projeto consulte a página: www.ligacontracancro.pt/educacaoinclusiva ou entre em contacto com o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro: nucleocentro@ligacontracancro.pt ou 239 487 490.

Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC)

www.ligacontracancro.pt

Logo da liga portuguesa contra o cancro

A história da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) cruza-se com a da sociedade, em particular com alterações introduzidas pela Revolução Industrial.

No final do século XIX, constatou-se um aumento do absentismo nas empresas, provocado por um conjunto de doenças, entre as quais o cancro. O mundo ocidental encetou a criação de estruturas de luta contra esta doença que, para além da elevada taxa de mortalidade, passou a representar um estigma para os doentes, ao ponto de se afirmar como um flagelo social.

É neste contexto de forte expansão das doenças oncológicas e, simultaneamente, de progressos ao nível dos cuidados médicos prestados aos doentes que, em 1931, um conjunto de mulheres, entre elas Mécia Mouzinho de Albuquerque e a Condessa de Murça, criaram a Comissão Iniciativa Particular de Luta Contra o Cancro. Durante dez anos este grupo desenvolveu um trabalho notável e bastante inovador para a época, aliando à ideia da prevenção do cancro, a da promoção da saúde. Além disso, organizaram peditórios e cativaram muitas pessoas influentes que se foram aliando a esta causa.

Por proposta do Prof. Doutor Francisco Gentil, a 4 de Abril de 1941 é fundada legalmente a Liga Portuguesa Contra o Cancro, assente em dois princípios fundamentais: a Humanização e a Solidariedade.

Tendo em consideração a necessidade de intervir a nível nacional no estudo científico do cancro, na difusão dos meios técnicos de combate à doença e no auxílio aos trabalhos de investigação desenvolvidos nos laboratórios do Instituto Português de Oncologia, tornou-se necessária a regulamentação e a criação de Núcleos Regionais, previstos nos seus Estatutos, o que veio a ser concretizado em 1965.

Se, no seu início, a Liga procurou suprir as carências do Estado em matéria de financiamento do tratamento do cancro, angariando fundos para custear tudo o que à doença dizia respeito (do equipamento hospitalar à roupa de cama do hospital, hoje este apoio é mais amplo. A Liga passou a mobilizar os seus recursos financeiros para iniciativas mais orientadas para a prevenção do cancro e apoio à investigação, nunca descurando o apoio ao doente.

Ao longo destes anos, diversos organismos do Estado e da Sociedade Civil têm reconhecido o fundamental papel social da LPCC.

  • Em 1966 foi conferido pelo Presidente da República o título de Membro Honorário da Ordem de Benemerência;
  • Em 1985 foi declarada como Instituição de Utilidade Pública, por despacho do Primeiro-Ministro publicado no Diário da República n.º 99, II Série, de 30 de Abril;
  • Em 2006 foi conferido o título de Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo, pelo Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, o Presidente da República Portuguesa.
  • Em 2016 foi atribuído pelo Presidente da República o título de Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique.

Atualmente, a LPCC assume-se como a entidade de referência nacional no apoio ao doente oncológico e família, na promoção da saúde, na prevenção do cancro e no estímulo à formação e investigação em oncologia.

Os voluntários e os profissionais que desenvolvem a sua atividade na LPCC regem-se pelos princípios da Humanização e Solidariedade e pelos seguintes valores: Sensibilidade; Equidade; Ética; Respeito; Compromisso; Responsabilidade; Transparência.

Linha Cancro: 800 100 100
Todos os dias úteis das 9h às 18h

É uma linha de apoio à pessoa com cancro da Liga Portuguesa contra o Cancro. O objectivo da Linha Cancro é informar e apoiar a pessoa com cancro e a sua família ou amigos, em aspectos que digam respeito à doença, associações de doentes existentes, direitos dos doentes e instituições ou centros de tratamento.

Tem como objectivo a criação de um serviço de referência no apoio à Pessoa com cancro e seus familiares.

Para ter acesso a informações consulte a página: www.ligacontracancro.pt/contacto-com-a-linha-cancro.

ACAPO

www.acapo.pt

Logo da ACAPO

A ACAPO - Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal - é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que representa, a nível nacional e internacional, os cidadãos portugueses com deficiência visual.

Possui atualmente, para além da sua sede em Lisboa, mais 13 Delegações distribuídas pelo Continente e lhas, com técnicos especializados, capazes de responder às efetivas necessidades das pessoas cegas e com baixa visão, suas famílias e comunidades envolventes. Para a habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência visual dispõe de equipas técnicas multidisciplinares, integrando Técnicos de Serviço Social, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais, Técnicos de Reabilitação, Animadores Sociais, Técnicos de Braille e Técnicos especializados em novas tecnologias. Já este ano, viu o seu sistema de gestão da qualidade, no domínio da representação dos interesses das pessoas com deficiência visual a nível nacional e internacional, certificado pela Associação Portuguesa da Certificação (APCER), segundo a norma ISO 9001:2008.

A ACAPO tendo como missão a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos portugueses com deficiência visual, direciona a sua atuação em duas grandes áreas de intervenção: a defesa e representação dos interesses e direitos das pessoas cegas e amblíopes e a prestação de serviços a associados e utentes.

SPED

www.sped.pt

Logo SPED - Círculo azul com uma representação a branco do tubo digestivo, rodeado pela sigla SPED - Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva

A Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) é uma associação científica, sem fins lucrativos e de utilidade pública, que congrega médicos e outros profissionais ligados à saúde que praticam ou se interessam pela Endoscopia Digestiva em Portugal.

Tendo sido fundada em 1979, a SPED tem por objetivos:

  1. Promover o desenvolvimento da Endoscopia Digestiva ao serviço da saúde da população portuguesa;
  2. Difundir a atualização de ideias, conhecimentos e trabalhos em matéria de endoscopia digestiva;
  3. Estimular a investigação na área da endoscopia digestiva;
  4. Promover contactos e o intercâmbio nacional e internacional entre os diversos profissionais ligados à endoscopia digestiva;
  5. Desenvolver atividades educacionais conducentes à formação e aperfeiçoamento de médicos e outros técnicos em endoscopia digestiva;
  6. Contribuir para o estabelecimento de normas de treino e prática em Endoscopia Digestiva.
  7. Exigir a avaliação regular da qualidade do equipamento médico.

A SPED é filiada na European Society of Gastrointestinal Endoscopy e na World Organisation of Digestive Endoscopy (OMED - Organisation Mondiale d'Endoscopie Digestive).

Os conteúdos da presente aplicação foram baseados nos disponíveis no site da Liga Portuguesa Contra o Cancro (www.ligacontracancro.pt), bem como no site da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (www.sped.pt)

Copyright 2015-2017 Liga Portuguesa Contra o Cancro - v1.4

Aplicação Desenvolvida pela LPCC

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O cancro O cancro colorretal Prevenção Tratamento Apoio Informações
Logo da liga portuguesa contra o cancro, Logo da ACAPO, Logo da SPED
Ícone cancro: cadeia de ADN num circulo vermelho
Ícone cancro colorretal: Círculo vermelho com um desenho representando um tumor no cólon
Ícone prevenção: Círculo vermelho com um desenho representando uma colonoscopia
Ícone tratamento: Círculo vermelho com um H a branco no interior
Ícone apoio: Círculo vermelho com duas pessoas em que uma delas coloca o braço sobre o ombro da outra
Ícone informações: Círculo vermelho com um ponto de interrogação a branco no interior