Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
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Fernando Simões
48 anos Estômago, 2013, Doente Cancro! Sentença de morte ou uma doença que deve ser enfrentada como qualquer outra?Em julho de 2013, fui realizar uma TAC abdominal a pedido da minha médica de família.Dois dias depois fui levantar o exame e quando li o relatório que acompanhava a TAC senti tudo a desmoronar-se à minha volta e nem sequer sabia o que fazer ou pensar. Diagnóstico: sarcoma.Após a interiorização da situação e de mostrar o exame e relatório à minha médica de família, começou uma nova luta.Tirar o nódulo que me tinha sido detetado junto ao estômago o mais rápido possível porque não era cá o lugar dele. Consulta de urgência marcada para o IPO. No entanto, antes de isso acontecer, comecei a estabelecer contactos e fui visto noutro hospital por um gastroenterologista e no espaço de dois dias tinha todos os exames efetuados e cirurgia marcada nesse hospital.Fui internado e podem acreditar que nunca estive tão calmo e sereno como nessa altura. Não senti qualquer ansiedade ou nervosismo e até adormeci enquanto esperava à porta do bloco operatório.Lembro-me de entrar no bloco operatório e pensar que finalmente me iam tirar algo que não tinha que estar no meu estômago.No recobro, quando recebi a visita da minha esposa e a vi a chorar, não me fui abaixo e continuei a acreditar que ia ultrapassar isto.Resultado: tiraram-me dois terços do estômago e um nódulo que foi para análise.Após 11 dias internado e uma recuperação lenta e difícil para me habituar novamente a comer, aguardei calmo e sereno o resultado da análise. De vez em quando pensava no assunto e já estava mentalizado para fazer quimioterapia ou radioterapia. Tinha era que avançar.No dia 23 agosto fui à consulta e soube finalmente o que tinha. Um cancro denominado GIST. Foi uma explosão de alegria e renasci para a vida pois, apesar de ser um cancro, não é muito agressivo e tem um tratamento com quimioterapia oral (…). Emagreci bastante e perdi muita massa muscular. Voltei a praticar o meu desporto regularmente e não desisti.Tudo isto para resumir que não devemos desistir e devemos sempre acreditar que é possível ultrapassar uma fase menos boa e que o cancro também pode ser vencido.E na minha ótica e, não menos importante, penso que se deve falar sobre a situação sem qualquer problema. Nunca senti revolta contra ninguém (porque ninguém teve culpa do que me aconteceu), nem me culpabilizei. Apareceu e pronto. Há que resolver e avançar.Nesta fase, sinto uma enorme vontade de viver e cada dia é especial e deve ser vivido como tal.Podem dizer "tiveste sorte com o cancro". Sim. Talvez tenha tido mas nunca desisti e acreditei sempre.Para todos aqueles que sofrem com o cancro os meus votos sinceros de rápidas melhoras e acreditem sempre.
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