Educação Inclusiva

“Saber mais” para todos: Apps informativas sobre cancro

O cancro tem sofrido um aumento constante e considerável na sua prevalência e incidência, constituindo-se numa das principais causas de morte a nível mundial.

Atualmente é a segunda causa de morte em Portugal. É uma doença crónica e grave, que atendendo à sua natureza, percurso e tratamento, tem um enorme impacto no indivíduo ao nível físico, psicológico, social e espiritual - na família e comunidade.
 
A informação é, usualmente, considerada, como um dos pilares da educação para a saúde. No entanto, permanece um hiato entre aquilo que a literatura científica, atual e credível, veicula e aquilo, que de facto, a comunidade em geral, lê e compreende. Assim, é notória a dificuldade em encontrar-se conteúdos científicos validados e atuais, na área da oncologia, dirigidos à comunidade em geral. Essa dificuldade acentua-se no caso das populações com maior dificuldade de acesso à informação, como sejam as pessoas de idade mais avançada, um dos grupos onde a incidência de cancro é mais elevada, as pessoas cegas e amblíopes e as pessoas surdas, para as quais os recursos informativos existentes são escassos.

É nas doenças não transmissíveis, como é o caso do cancro, ao qual estão associados múltiplos fatores de risco modificáveis, como a falta de atividade física, maus hábitos alimentares, tabagismo e consumo de álcool, que a importância da informação e do conhecimento, mais se faz sentir. Assim, aspetos como o desconhecimento dos sinais de alerta do cancro, dos seus fatores de risco, ou ignorância da utilidade dos rastreios, são fatores que podem contribuir para um adiamento da procura de cuidados de saúde.



Foi com o intuito de facilitar o acesso a informação credível e atualizada, por parte de públicos diversificados, que desde há alguns anos, a Liga Portuguesa Contra o Cancro tem vindo a desenvolver o conceito de educação para a saúde inclusiva. Entre as atividades que foram desenvolvidas, conta-se o desenvolvimento de aplicações informativas sobre as localizações tumorais mais incidentes em Portugal: cancro da mama e cancro colorretal. Encontra-se em fase de desenvolvimento uma nova aplicação sobre cancro do colo do útero.

Na era do digital, na qual smartphones e tablets passaram a fazer parte da vida diária, as Tecnologias de Informação e Comunicação surgem como meio alternativo para disseminar informação em saúde e para promover e desenvolver ações de saúde e de promoção de literacia em saúde. Paralelamente, têm sido defendidas as iniciativas que contribuam para melhorar a literacia em saúde, em especial, as que se dirigem aos grupos mais vulneráveis (Fundação Calouste Gulbenkian, 2015).

O nível de literacia em saúde tem sido indicado como um importante preditor do risco de cancro, na medida em que as pessoas com baixa literacia em saúde, podem ter especial dificuldade em interpretar de um modo correto, não só as mensagens relacionadas com os tratamentos, mas também, as relacionadas à prevenção. Assim, a baixa literacia em saúde influencia a incidência do cancro, a mortalidade e a qualidade de vida (Merriman, Ades & Seffrin, 2002).
 ​
Referências:
Fundação Calouste Gulbenkian (2015). Literacia em Saúde em Portugal. Relatório Síntese. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian
Merriman, B., Ades, T., & Seffrin, J. (2002). Health Literacy in the Information Age: Communicating Cancer Information to Patients and Families. CA: A Cancer Journal for Clinicians, 52, 130-132

Página Inicial
Apoios & Parcerias