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Mais de metade das mulheres diagnosticadas com cancro adiam projetos de vida

Mais de metade das mulheres diagnosticadas com cancro adiam projetos de vida
Conhecer para melhor responder às necessidades. Foi com base nesta premissa que a Liga Portuguesa Contra o Cancro realizou o estudo “Impacto Económico e Psicossocial do Cancro da Mama em Portugal”, desenvolvido entre março e setembro de 2021
e apresentado, no dia 4 de abril, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira.
 
De acordo com Sónia Silva, responsável pela apresentação do inquérito realizado ao nível nacional e que contemplou também a Madeira, este estudo contou com 1000 participantes, a maioria mulheres, entre os 30 e os 49 anos. Esta faixa etária representou 75% do total da amostra.
 
A maioria destas mulheres foi diagnosticada com doença precoce entre 2011 e 2021, sendo que 72% da amostra estava em fase de remissão e 24% se encontrava em tratamento e em situação recente da doença.
 
Outros dados apontados referem-se ao facto de 91% ter realizado cirurgia e de apenas 15% ter realizado preservação da fertilidade, um dado curioso tendo em conta a idade jovem das doentes.
 
Relativamente ao impacto propriamente dito, o bem-estar físico, a imagem corporal e vida sexual foram os aspetos mais afetados pela doença.
 
Mais de metade referiu também terem sido obrigadas a adiar projetos de vida, com 21,1%, por exemplo a adiar o projeto de ser mãe ou ter mais filhos e 19,8% a adiar o projeto de viajar.
 
No que se refere a sintomas mais frequentes, foram apontados o cansaço, insónia, ansiedade, mas, ainda assim, quase todos os dias dizem sentir esperança e confiança no futuro.
 
Sobre os impactos na família, tendem a ser moderados a baixos, apesar do stress que a doença possa causar no seio familiar.
 
Um outro dado revelado por este estudo está relacionado com o recurso à ajuda profissional, sendo que 41% referiu ter pedido essa ajuda e cerca de metade foi diagnosticada com depressão ou outra perturbação mental.
 
Esta apresentação contou com a presença do Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, que realçou a importância das novas tecnologias e a sua constante atualização para o tratamento do cancro.
 
Também o presidente do Núcleo Regional da Madeira da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Ricardo Sousa, sublinhou que este estudo sobre o cancro da mama justifica-se por ser o mais comum entre as mulheres e que mais impacto tem nas mesmas, sendo também a segunda causa de morte nas mulheres.

Anualmente, referiu, são detetados cerca de sete mil novos casos de cancro de mama, correspondente a cerca de 1700 mulheres que morrem todos os anos desta doença. “Só por isto já se justifica um estudo”, sublinhou, referindo que a Liga Portuguesa Contra o Cancro quis ir mais longe e tentar perceber aquele que era o sentimento da doente ao longo da doença por forma a que se possa “adequar a ação” a essa realidade.

Marcou ainda presença nesta apresentação o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, que enalteceu o trabalho da Liga e a importância deste estudo.
 
Por Núcleo Regional da Madeira a 08 de Abril 2022

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