Olha Pela Tua Pele

O sol é fonte de vida e de energia e tem efeitos benéficos sobre a saúde. Mas, se pequenas quantidades de radiação ultravioleta são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3, a exposição excessiva à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde. Os danos cumulativos causados pela radiação UV podem levar ao envelhecimento precoce da pele, bem como ao cancro de pele.
A incidência do cancro de pele tem aumentado de forma drástica ao longo das últimas décadas, sendo a radiação solar, responsável por cerca de 90% dos casos de cancro de pele.
Segundo dados da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, estimam-se cerca de 13.000 novos casos de cancro de pele, ainda este ano, em Portugal. Destes, mais de 1.000 serão novos casos de melanoma. Apesar de ser o tipo de cancro de pele menos comum, o melanoma é o mais agressivo, e tem um prognóstico pouco favorável se detetado tardiamente.

O risco de melanoma aumenta se:
  • Houver antecedentes de melanoma pessoal ou familiar;
  • Houver antecedentes de queimaduras solares graves na infância;
  • Possui fototipo claro (pele que queima facilmente ao sol, olhos e cabelos claros);
  • Tem vários sinais (mais de 100) de forma, tamanho e cor muito variados;
  • Realiza exposições intensas e de curta duração aos raios UVA


Prevenção do Cancro de Pele


Embora as pessoas com pele e olhos claros e cabelos louros ou ruivos tenham maior risco de desenvolver cancro de pele, o risco é real para todas as pessoas.
​É bom recordar que estamos sempre expostos à radiação UV (na praia, no campo, durante a prática de desporto ou trabalho ao ar livre). E mesmo, à sombra a radiação reflete-se na água, areia e neve.
Convém, ainda, ter em atenção outras recomendações:
  •  Horas “seguras” são aquelas em que a nossa sombra é maior do que nós próprios (“regra da sombra”);
  • É totalmente desaconselhada a exposição solar de bebés com menos de 6 meses e evitar a exposição direta de crianças com menos de 2 anos de idade;
  • Use chapéu de abas largas, óculos escuros, e utilize a roupa como “protetor”. Assim, devem privilegiar-se tecidos densos, pouco porosos, porém leves e de cores escuras. A t-shirt (manga curta) e os calções são roupas utilizadas no tempo quente, mas não protegem os braços, nem as pernas;
  • Aplique protetor solar, de longo espetro (filtram os UVA e os UVB), com fator de proteção de, pelo menos, 30 (privilegiar as fórmulas em creme em detrimento dos sprays). O protetor deve ser reaplicado, de duas em duas horas, ou após o banho. É importante notar que a proteção que os protetores oferecem é limitada e por isso, estes, devem ser pensados como medida de proteção extra e não como medida de proteção principal;
  • Informe-se sobre a radiação UV, através de fontes oficiais. Lembre-se que os danos na pele ocorrem quando o índice de radiação UV é moderado (nível 3) ou superior. Um dia de temperatura amena pode esconder um IUV elevado!
  • Não frequente solários: aumentam o risco de cancro, causam envelhecimento prematuro da pele e prejudicam os olhos. A ideia de que o bronzeamento obtido no solário é uma base protetora para um bronzeamento adicional ao sol é um mito! 
Autoexame da pele

A deteção precoce das lesões cutâneas pode ser efetuada através do autoexame da pele e da consulta de um médico dermatologista. O autoexame deve ser feito de 2 em 2 meses.
​É melhor começar por saber onde se localizam os seus sinais e qual o seu aspeto e a sua textura. Poderá, por exemplo, fotografar os seus sinais para “memória futura”, isto é, para ir verificando se há alterações, ao longo do tempo.
Também, deve estar atento/a a qualquer alteração nos seus sinais, em especial:
  • Sinal novo, com aparência suspeita;
  • Sinal com alterações (tamanho, forma, cor ou textura);
  • Lesão que não cicatriza.
​Para realizar o autoexame de modo correto, deve lembrar-se de examinar todo o corpo, dos pés à cabeça, não se esquecendo de verificar todas as zonas da pele, incluindo as costas, couro cabeludo, entre as nádegas e a zona genital.

Método ABCDE

As lesões cancerígenas podem ser detetadas através da vigilância, permitindo que o tratamento do cancro de pele seja mais efetivo.
Em termos gerais, deve ter cuidado com manchas da sua pele que:
  • Sofrem alterações de cor, tamanho ou forma;
  • Têm um aspeto diferente do resto da pele;
  • São assimétricas ou apresentam bordos irregulares;
  • São maiores do que 6mm;
  • São ásperas ou escamosas;
  • Apresentam várias cores;
  • Provocam comichão;
  • Sangram ou libertam líquidos;
  • São parecidas com feridas, mas não cicatrizam;
Não deve assumir que uma mancha suspeita é benigna apenas porque é indolor. Nem todas as lesões cancerosas causam dor. 
​Uma forma fácil de memorizar estes sinais é a regra ABCDE. Assim, na análise de cada sinal é necessário responder às questões:
  • A lesão é Assimétrica?
  • Tem Bordos irregulares ou indistinguíveis?
  • Mudou de Cor?
  • Tem um Diâmetro maior do que 6mm?
  • O seu tamanho, forma ou comportamento Evolui ao longo do tempo?
​Também útil nesta distinção é o “sinal do patinho feio” que corresponde à identificação de lesões que se destacam, pela diferença. Todos os sinais devem ter um aspeto razoavelmente semelhante, a mesma forma e a mesma cor. Se aparece uma nova lesão com um aspeto diferente, pode ser suspeita.


Página Inicial
Apoios & Parcerias