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Ana Cristina Ferreira Antunes

47 anos Pulmão, 2006, Familiar
Passaram três anos desde que o meu marido partiu. Já vivi 1114 dias sem a sua presença física. Foram dias muito duros. Foram dias em que mostrei uma coragem, nascida da dor que me afogava, proporcional à determinação que tinha em acompanhar os nossos três filhos no seu crescimento e na sua vida. Já que eles tinham perdido o pai não iriam perder a mãe também. Este foi o pensamento utilizado muitas vezes por mim quando a dor teimava em mostrar-me que o meu corpo não era de ferro e as forças me abandonavam obrigando-me a parar. Até nessas alturas mostrei a coragem que pensava já não ter. Felizmente tive a consciência suficiente para obedecer às recomendações médicas e pensar também um pouco em mim. Felizmente os nossos filhos conseguiram continuar a fazer o que era próprio na sua idade. Na escola cumpriram os nossos objetivos e agora estudam os três no ensino universitário. Na vida riram-se, calaram-se, isolaram-se, conviveram com familiares e amigos, namoraram, enfim procuraram viver o mais normalmente possível, tal como o pai tanto queria. Quanto a mim, eu queria poder dizer que sou feliz, mas não consigo. Para isso há ainda que reconstruir muito do que ficou destruído, mas isso faz parte do luto. Tenho a certeza que com o tempo irei consegui-lo. Força para todos.
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