Voltar

Ana Cristina Ferreira Antunes

47 anos Pulmão, 2006, Familiar
Passaram três anos desde que o meu marido partiu. Já vivi 1114 dias sem a sua presença física. Foram dias muito duros. Foram dias em que mostrei uma coragem, nascida da dor que me afogava, proporcional à determinação que tinha em acompanhar os nossos três filhos no seu crescimento e na sua vida. Já que eles tinham perdido o pai não iriam perder a mãe também. Este foi o pensamento utilizado muitas vezes por mim quando a dor teimava em mostrar-me que o meu corpo não era de ferro e as forças me abandonavam obrigando-me a parar. Até nessas alturas mostrei a coragem que pensava já não ter. Felizmente tive a consciência suficiente para obedecer às recomendações médicas e pensar também um pouco em mim. Felizmente os nossos filhos conseguiram continuar a fazer o que era próprio na sua idade. Na escola cumpriram os nossos objetivos e agora estudam os três no ensino universitário. Na vida riram-se, calaram-se, isolaram-se, conviveram com familiares e amigos, namoraram, enfim procuraram viver o mais normalmente possível, tal como o pai tanto queria. Quanto a mim, eu queria poder dizer que sou feliz, mas não consigo. Para isso há ainda que reconstruir muito do que ficou destruído, mas isso faz parte do luto. Tenho a certeza que com o tempo irei consegui-lo. Força para todos.
Voltar

Outros Testemunhos

  • Em 2000 foi diagnosticado ao meu pai cancro colo-rectal já em fase avançada mas, apesar da pouca esperança, ele venceu de uma forma surpreendente. Com...Ana Carvalho, 36 anos, Pulmão, 2004Ler mais
  • Recomeçar não é mais que isso mesmo - voltar a começar. Voltar a começar algo que deixou de ter continuidade, que ficou perdido ou que deixou de fazer...Ana Antunes, 48 anos, Pulmão, 2006Ler mais
  • Neste ano de 2012, foi diagnosticado ao meu pai cancro no pulmão com metástases na cabeça. Estava a trabalhar no Algarve quando o meu pai começou a...Sandra Félix, 30 anos, Pulmão, 2012Ler mais
  • No dia 19 de junho de 2019, às 6 da manhã, depois de 2 semanas a ir ao hospital quase todos os dias e me dizerem que ela tinha eram...Isa Antunes, 26 anos, Pulmão, 2019Ler mais
  • Em 2006, a minha filha, então com 31 anos, teve linfoma de Hodgkin. Apareceu-lhe um gânglio no pescoço e, a princípio, pensava-se que seria cancro da...Branca santos, 56 anos, Pulmão, 2010Ler mais
  • Já tinha pensado deixar aqui o meu testemunho quando este caminho começou, mas achava que ainda estava tudo no início para poder fazer a diferença. Não...Vanda Santos, 23 anos, Pulmão, 2011Ler mais
Apoios & Parcerias