Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
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Andreia Monteiro
21 anos Colo do Útero, 2002, Familiar Olá, chamo-me Andreia e a história que vos vou contar felizmente teve e tem um "final feliz". Tudo começou em 2002, tinha eu 8 anos quando descobri que tinha uma doença dermatológica crónica e esta doença fez-me sentir diferente, diferente de todas as outras crianças da minha idade e, por isso, dizia à minha mãe que não queria ir à escola porque não era igual aos outros meninos e o que eu queria era ser igual... Mas passados alguns meses percebi que a minha doença não era nada em comparação ao que me iam dizer a seguir. Durante alguns dias, vi a minha mãe sempre triste e quando olhava para nós (para mim e para a minha irmã mais velha) só chorava. Resolvi perguntar o que ela tinha e ela, mais uma vez, chorou... Passado uns minutos respondeu à minha pergunta e disse: "A mãe está doente..." e eu, na minha inocência e muito prontamente disse: "Vai ao médico e ele ajuda-te a ficar boa", a minha mãe sorriu e disse: "A mãe já foi ao médico e já sei o que tenho, a mãe tem cancro" e, apesar da minha idade eu sabia que o cancro era uma doença má por isso, perguntei: "Vais morrer?" e comecei a chorar. Naquele momento, soube pela primeira vez o que era ter medo, tive medo de ficar sem a minha mãe mas a minha mãe abraçou-me e disse que eu era uma menina linda e tinha de sorrir, ir à escola e portar-me bem, que ela ficava boa.Continuei a ir à escola, mas todos os dias chorava até ao dia em que o meu pai me foi buscar à escola e a professora perguntou-lhe o que se passava. O meu pai explicou a situação e a minha professora abraçou-se a mim e disse-me para eu ter força! Comecei a chorar e só me ocorreu perguntar pela minha mãe, apareceu o meu pai que me sorriu e disse: "A mãe está bem, vamos agora vê-la". Acreditem que naquele momento fui a criança mais feliz do mundo e mais feliz fiquei quando pude finalmente abraçar o meu pilar, a Mulher que me dá força...O cancro foi detetado a tempo e, por isso, a minha mãe não teve de fazer quimioterapia, nem radioterapia e hoje, já com 21 anos não passo um dia sem dizer que a amo e que ela é a pessoa mais importante que tenho na vida. Em breve, penso tornar-me voluntária e contar este testemunho a outras pessoas para que elas possam acreditar que é possível vencer o cancro e que com o amor da família, amigos e outras pessoas presentes na nossa vida é menos doloroso lutar contra a doença. A todas as pessoas que passam por esta doença, só vos posso dizer que tenham coragem e muita força!
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