Voltar

Anónimo

25 anos Colo-Rectal (Intestino), 2018, Familiar
Em março de 2018 o meu namorado foi diagnosticado com cancro do cólon, estágio IV, com metástases no fígado.
A cada visita ao hospital tinhamos surpresas negativas... Inicialmente era suposto ele ser operado ao cólon, depois acharam melhor começar com quimioterapia. Mas tinhamos a esperança que os tumores encolhessem e que ele pudesse finalmente ser operado (abrindo uma janela para a cura). Depois os médicos perceberam que a quimio estava a ser ineficaz e as metástases do fígado tinham aumentado. E depois de lhe administrarem uma quimioterapia ainda mais agressiva, continuámos sem bons resultados. Finalmente em outubro de 2018 disseram que o cancro era inoperável e portanto deram um diagnóstico terminal... Que já não podiam fazer muito mais para além de manter a doença. Fez um tratamento de radioembolização de forma a "manter" as metástases no seu tamanho actual. E agora temos de esperar algum tempo para podermos saber os resultados desse procedimento... Mas o caso dele não é de facto muito promissor.
Nesta jornada, eu soube logo que o actor principal seria o meu namorado, a história é dele... Mas a verdade é que eu e os familiares dele também sofremos muito e muitas vezes as pessoas não sabem lidar connosco. Eu e o meu namorado mesmo assim tentámos viver o melhor possível, damos muitos passeios e fazemos planos divertidos para criar boas memórias para ambos. Acho que apesar dos altos e baixos soubemos gerir relativamente bem a nossa relação contra todas as adversidades...
Por vezes consigo não pensar muito na doença e viver mais no "carpe diem".
Evito trazer pensamentos negativos para ele, para que os momentos que passamos juntos sejam bons. Mas sem dúvida que tenho sofrido muito com isto, porque a minha cabeça está sempre a pensar no futuro que não terei com ele, como o mundo e a vida são crueis, e que não conseguirei suportar esta perda... depois sinto-me egoista por pensar em mim (...). Mas acho que todos nós nos queixamos e temos alturas difíceis... esta é uma altura particularmente difícil da minha vida.
Eu não sou a pessoa mais optimista, mas também não quero fazer um testemunho completamente pessimista.
Acho que cada caso é um caso, e independentemente do diagnóstico que vocês ou os vossos familiares possam ter, acho que o importante é saberem que não estão sozinhos, muitas pessoas passam por isto, veja-se pelos testemunhos aqui, e eu sei como é difícil sentir estas emoções todas.
Também é importante dar o melhor para o paciente oncológico ter uma vida com menor dor possível e quiçá recuperação ou cura total.
A minha mãe, por exemplo, teve cancro e ela conseguiu combatê-lo, é um caso positivo... por isso, cada caso é diferente.
Voltar

Outros Testemunhos

  • No ano de 2008 foi diagnosticado um cancro da mama à minha mãe. Quando a minha irmã me contou eu não queria acreditar... Chorei!! Seguiram-se exames,...Tania, 23 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2010Ler mais
  • A 3 de janeiro de 2006, depois de ter acordado de uma endoscopia alta e toque rectal, a que fui submetida, na sequência de várias dores e comportamentos...Manuela Amaral, 58 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2006Ler mais
  • Na véspera de completar 29 anos recebo o diagnóstico de um tumor "raro" metastizado com origem desconhecida. Foi talvez o momento...Joana Gil, 31 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2019Ler mais
  • Em outubro de 2002, tinha 40 anos e comecei a ter fortes dores abdominais. Fui vista por médicos que suspeitaram de gastrite. Fiz uma ecografia que nada...Teresa André, 50 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2002Ler mais
  • Olá, tive cancro do cólon em 2007. Como era muito próximo do reto, tiveram que me fechar o intestino. Neste momento tenho um estoma definitivo. Quando o...maria nogueira, 37 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2007Ler mais
  • A minha situação, até me ser diagnosticado o cancro, era igual a muitos outros: não me vai acontecer ou não tenho sintomas que me levem a julgar que o...Romão Capinha, 63 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2008Ler mais
Apoios & Parcerias