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Armanda Soares

49 anos Mama, 2021, Doente
Em julho de 2021, com 47 anos de idade, foi-me diagnosticado um carcinoma invasor de grau 2. Cancro, pensei eu. Uma pequena palavra, contudo com uma carga extremamente negativa.
Pensei “então e agora?” Agora, vou pedir ajuda aos profissionais de saúde no sentido de me orientarem para o tratamento. Ainda não tinha bem a noção da longa caminhada que teria a percorrer.
Optei por guardar comigo este “segredo“ e só o divulgar, em primeiro lugar, ao meu marido após ter a confirmação da data de admissão junto do IPO Porto.
“Vai correr tudo bem, isto é apenas mais uma pedra no caminho, que eu vou, ou seja, nós vamos, ultrapassar, não duvides disso. Prometo.”
Apenas ele e a minha entidade patronal tiveram conhecimento nesta fase inicial. Mais tarde veio a família e de seguida os amigos. Senti que para todos eles a notícia foi um choque, muito mais do que para mim que encarei como um “vamos à luta”.
Tranquilizei-os pois sentia-me segura e certa de que tudo iria correr bem. E assim foi, desde a cirurgia, com mastectomia parcial, aos tratamentos de quimioterapia, seguidos de radioterapia, anti-corpo e hormonoterapia.
Os contratempos próprios dos tratamentos foram sempre ultrapassados com a preciosa ajuda de todos, sem exceção, e em particular do meu marido que foi, e é, o meu pilar e porto de abrigo. Deixo um enorme bem-haja a todos, sem eles nada teria sido possível, aos profissionais de saúde, nomeadamente à minha médica de família e enfermeira de família, as quais me orientaram desde o diagnóstico, seguido de todos os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros), assistentes técnicos, assistentes operacionais, voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro e inclusive, toda a equipa de profissionais do refeitório. Todos, sem exceção, para além de nos auxiliarem em qualquer dificuldade, dúvida ou angústia, nos transmitem segurança, resiliência, força de vencer, coragem para ultrapassar, esperança para a cura, serenidade e respeito pelo próximo.
Em março de 2022 foi- me diagnosticado um mioma uterino de grandes dimensões, pelo que em março de 2023 fui submetida a histerectomia total e anexectomia bilateral.
O IPO do Porto é a minha NOVA CASA, onde, desde o primeiro dia em que entrei, sinto uma segurança e tranquilidade indescritíveis.
As dificuldades encorajam a luta e a força que há dentro de nós.
A coragem, a determinação e a resiliência levam-nos a vencer e a ficar mais fortes.
Por isso nunca desistirei de lutar contra as adversidades da vida, sejam elas quais forem, pois existem muitas outras histórias de vida que atravessaram ou atravessam problemas com contornos muito mais complexos do que o meu.
Coragem e muita força a todos aqueles que têm um diagnóstico de cancro, bem como um eterno agradecimento a todos aqueles que nos ajudam nesta longa caminhada.
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