Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
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Beatriz
19 anos Melanoma, 2012, Doente Em 2011 entrei na universidade, tudo corria bem…Amigos novos, convívio e muita diversão. No fundo é o que qualquer jovem gosta de experienciar nesta altura.Contudo em março de 2012 foi-me diagnosticado um melanoma maligno, para mim foi como o chão a fugir-me dos pés. Ao receber esta notícia tive que ir buscar força não sei bem onde…Só sei que a tive de ir buscar. Não podia ficar fragilizada, pois sabia perfeitamente que os meus pais e o meu irmão estavam muito abatidos com esta notícia, tinha que me mostrar forte.O mais difícil da doença não foi estar a entrar num meio diferente e um pouco chocante como o IPO, mas sim o estar muito longe de casa. Voltava a casa quando tinha de ir ao hospital, pois a minha vontade era fazer todos os possíveis para conciliar a faculdade com o hospital.Na faculdade eram poucos os que sabiam o que eu estava a passar. Contudo, os que sabiam por vezes não conseguiam lidar comigo da melhor maneira. Sentia-me sufocada mas tinha a noção que por vezes era instável com as pessoas que estavam à minha volta. Era muito difícil para mim ter que ser sempre aquela amiga presente, aquele ombro amigo, tinha que estar sempre pronta para ajudar...Foi difícil esta pressão, gostava que o outro lado se apercebesse que eu também precisava de apoio. Eu também queria atenção (…) Sinto que me faltou aquela mão por trás das costas a dizer-me ao ouvido “eu estou aqui para ti”. Contudo não os critico, pois tenho noção que eles não estavam preparados para um assunto deste (…). Acho que uma das coisas mais importantes é termos alguém que esteja disposto a ouvir e não nos julgue…É difícil quando falamos com uma pessoa e ela só nos sabe dizer que precisamos de ajuda psicológica. Devem pensar que só nos queremos lamentar mas no fundo nós só queremos desabafar, sentirmo-nos aliviados… Sinto que cresci muito a nível emocional com esta experiência, nem tudo foi mau, tornei-me muito mais madura para a minha idade. Para terminar, nunca perdi a noção da realidade tentei sempre manter a calma… O meu lema de vida é o seguinte: “tudo tranquilo”. Atualmente continuo a ser regularmente vigiada. A mensagem que eu vos queria passar era uma mensagem de coragem e determinação (…).
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