Voltar

Belém Ferreira de Almeida Bispo

67 anos Mama, 1985, Doente
Quero deixar o meu testemunho porque o acho importante. Sou uma pessoa muito cuidadosa, com a saúde dos meus e com a minha. Quando em abril de 1984 encontrei um nódulo no meu seio direito, fui de imediato à minha ginecologista, era uma profissional de mão cheia. Sempre atenta a qualquer anormalidade que acontecesse. Quis Deus, e assim o entendo, que não desse muita importância ao meu caso e nem me mandou fazer mamografia, tão confiante estava. Andei uns meses a massajar com uma pomada, para desfazer o nódulo, que ela dizia ser inflamação das vias mamárias. Passado um ano, e já com gânglios debaixo do braço, mandou-me fazer a mamografia. Foi um choque, como se deve calcular! Nem queria acreditar. Tinha 41 anos, e fiquei sem a minha mama, por um descuido que não foi meu. Foi Deus que assim quis. Graças a Deus consegui ultrapassar esse trauma, com o apoio maravilhoso do meu marido, filhos, amigos, chefes e colegas. Foram passando os anos e, passados 17 anos, começou a doer-me a perna direita. Uma semana depois a dor foi tão forte, que caí e parti o colo do fémur. Avisei o ortopedista, também um médico experiente, que tentou aproveitar a cabeça do meu fémur. Entretanto, passados 2 meses fiz uma cintigrafia óssea, e mais um choque: metástases nos ossos, provenientes do cancro da mama. Mais um balde de água fria, mas sempre confiante em Deus. Infelizmente, agora não há período de tolerância. Andei 12 meses de canadianas para o meu osso consolidar com os tratamentos em oncologia. Mas o osso não consolidou e tive que ser operada novamente e foi, então, colocada uma prótese. Como Deus sempre me acompanhou, aqui estou eu ao fim de 26 anos a viver um dia de cada vez, e agora sim, com uma vigilância trimestral. Se calhar, nada disto acontecia se tivesse feito periodicamente as cintigrafias ósseas. Mas tem que se poupar dinheiro e não as mandavam fazer. Só fiz os primeiros 5 anos. Este testemunho serve para dar força a todas as mulheres que sejam atingidas por este drama e dizer-lhes que sejam médicas de si próprias e pressionem os seus médicos para este tipo de despiste. Deus vai continuar a ajudar-me, assim como a todas as mulheres com o mesmo problema. Mas nunca desistam porque quando Deus fecha uma porta, abre uma janela, e essa janela temos que a manter sempre aberta. Não quero deixar de agradecer à Liga Portuguesa Contra o Cancro, que faz um trabalho maravilhoso, e me ajudou a ultrapassar os maus momentos. Felicidades para todas as senhoras, que embora atingidas com o mesmo problema, estão ali sempre bem-dispostas a ajudar quem precisa. Bem haja.
Voltar

Outros Testemunhos

  • Chamo-me Rosa, tenho 49 anos. Em agosto de 2010 foi-me diagnosticado um carcinoma invasivo da mama de grau III. Passei por 6 sessões de quimioterapia com...Rosa pereira, 49 anos, Mama, 2010Ler mais
  • Em 2003 fui surpreendida com um cancro da mama, mas posso dizer que além do choque existia uma leve calma. Fui operada três vezes em apenas 4 meses. Tive...Manuela Moreira, 49 anos, Mama, 2003Ler mais
  • Tudo começou em dezembro de 2008, quando detetei, por acaso, um nódulo no peito. Na altura fiquei em pânico, marquei de imediato uma consulta e o médico...Rita, 29 anos, Mama, 2009Ler mais
  • Em julho de 2011, com 50 anos, apalpei um “caroço” na mama esquerda. Imediatamente, fui fazer ecografia e mamografia e o médico foi direto: tinha...Maria João, 52 anos, Mama, 2011Ler mais
  • Desde que me conheço como mulher que tenho nódulos/quistos nos peitos. Daí fazer todos os anos, desde há muito tempo atrás, os respetivos exames de...Maria, 48 anos, Mama, 2009Ler mais
  • Pois é minhas amigas. Não desanimar é a principal terapia. Depois de um dia complicado de trabalhos em casa, enquanto tomava um banhinho, reparei que na...ana barroco, 49 anos, Mama, 2009Ler mais
Apoios & Parcerias