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catarina Hnriques

40 anos Cérebro, 2001, Doente
Em 2001, com 29 anos, tive uma convulsão epilética, sem saber o que era assustei-me e fui levada para o hospital. Fiz uma TAC seguida de RM, mostraram um enorme tumor cerebral. Fiquei sem chão. Nessa noite conheci o homem que me operou e me salvou (gosto de pensar assim), tive a sorte de o apanhar a fazer banco no hospital. A primeira pergunta que lhe fiz foi: “Como está a minha mãe?” – Ele respondeu "não está nada bem, mas isso agora não interessa". Não me explicou grande coisa no momento, também não estava em condições de ouvir nada. Já sabia o que me esperava. Lá fora esperavam-me amigos e família. Saí já deitada numa maca para ser transferida e internada. Fui operada e, 36 horas depois, nem dá tempo para ter medo, tal é a bateria de exames e preparação que se tem de fazer. Fiz muitas perguntas, ninguém me soube responder “ porquê eu? Sem sintomas, qualquer dor, alimentação saudável, desporto, stress sim, esse causador de doenças (...)”.Foi muita dor de alma, na alma e no corpo. Não sei ao que me agarrei, mas acho que todos encontramos forças que não sabemos ter nestes momentos. Em 2005 uma recidiva, vinha mais agressivo, volta a abrir, cortar e desta vez radioterapia. Fiquei careca e o cabelo liso ficou frisado (ai o meu cabelo!). Mas isso não era nada, estava VIVA! E isso passa a ser o mais importante. A dimensão dos problemas, o valor dos nossos dias, dos que nos são queridos, do que nos faz bem. Deitar fora o que nos faz mal. Faço uma RM a cada 4 meses para o resto da vida e serei epilética para sempre. Mas trabalho, faço desporto, conduzo (tenho epilepsia controlada por medicamentos) e sou muito feliz.
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