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Cátia Silva

34 anos Ovário, 2011, Familiar
A vergonha e o medo mataram a minha avó. Durante vários meses, ela padeceu de um mal-estar diferente do que seria de esperar, considerando-se os problemas de saúde que a acompanhavam há alguns anos, sem que ela o referisse a ninguém, nem mesmo ao seu médico. Só em setembro de 2010 ela admitiu que as dores que sentia não eram exatamente iguais. Em novembro, após vários exames, foi-lhe diagnosticado um cancro no ovário. Quando os médicos lhe marcaram a cirurgia para janeiro de 2011, ainda tivemos esperança de que ela recuperasse alguma qualidade de vida. Infelizmente o tumor já se encontrava numa fase inoperável e apresentava metástases em vários órgãos vitais. Era tarde de mais! Mesmo assim, ainda tivemos fé de que ela pudesse recuperar alguma autonomia e regressar à sua casa como era seu desejo. Tal nunca aconteceu. Em meados de abril de 2011, a sua saúde deteriorou, começou a vomitar tudo quanto lhe caía no estômago. Em maio foi internada e, a partir daí, a saúde foi-se deteriorando semana após semana. As suas memórias começaram a levá-la para a sua juventude. Aos poucos começou por ser mais difícil reconhecer o presente e as pessoas. A última vez que a vi com vida, só me reconheceu por breves instantes, quando me despedi dela. Apesar de tudo, foi uma lutadora até ao último suspiro. Depois dos médicos nos terem avisado de que já estaria em fase terminal ainda conseguiu resistir três semanas, falecendo 3 dias após completar 88 anos. Espero que este testemunho ajude outras mulheres a não se esconderem por trás do medo ou da vergonha.
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