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Célia Sequeira

39 anos Mama, 2012, Doente
O meu nome é Célia Sequeira (39 anos) e no dia 29 de Novembro de 2012 foi-me diagnosticado cancro de mama.Sentada, em frente ao médico, ele comunicou que não tinha boas notícias para mim: "o tumor é maligno". Naquele momento, foi como uma onda sísmica tivesse atingido o meu corpo e tivesse arrastado todas as minhas forças para outro lugar. Foi-me dada a informação que realizaria mastectomia radical modificada, quimioterpia e hormonoterapia. Nos dias que se seguiram confirmei que as minhas glândulas lacrimais funcionavam a 100%. Esta foi a fase de adaptação à doença.Como forma de aliviar a minha dor, comuniquei a todos os meus familiares, alunos, amigos e colegas. Todos eles me transmitiram palavras de coragem, conforto e de esperança. Mas eu continuava desanimada, dizendo-lhes que gostaria de me transformar numa esponja, de forma a absorver toda a força que me estavam a imprimir. Até que, a dada altura interiorizei que a natureza tinha sido um pouco traidora comigo, pois tornou uma divisão celular desordenada. Contudo, como temos órgãos e eles estão sujeitos a "avarias" temos que nos empenhar na sua reparação. E a natureza tem tanto de traidora como de encantadora, por isso perdoei-lhe esse erro.Neste momento, encontro-me a realizar quimioterapia. A primeira sessão aconteceu a 15 de janeiro. Hoje, 1 de fevereiro, vejo a segunda sessão bastante comprometida, porque o meu exército de defesa está falido (3%). Está bem inserido no contexto de austeridade que atravessamos. Estou também com uma infeção respiratória e um coágulo no catéter. Mas, apesar destes contratempos e tendo consciência que a estrada tem lombas, túneis e piso regular e que a minha viagem é longa, acredito que ela vai chegar ao fim e que vou sair do autocarro (sendo eu a conduzi-lo) a exibir alegria e a gritar bem alto, para todos os meus parceiros de viagem: Todos juntos vencemos o mal, levantemos bem alto a tocha do triunfo.
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