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clara martins

25 anos Linfoma Hodgkin, 2004, Doente
Em janeiro de 2004 detetaram, através de uma TAC, que eu tinha um “linfoma hodgkin”, nessa altura estava eu hospitalizada no hospital onde rapidamente me transferiram, e foi aí que tive o primeiro contacto com a doença! O primeiro impacto foi terrível, chorei bastante, e perguntava a mim mesma o porquê. Só tinha 16 anos (...) fui buscar força às variadas pessoas com quem me cruzei ao longo dos meus tratamentos, pois pensava para mim, se eles conseguem eu também vou conseguir! Tive uma equipa médica fantástica, os melhores enfermeiros e voluntários que foram, nesse período de tempo, como uns segundos pais para mim!Encheram sempre o meu quarto com alegria, apresentaram-me pessoas que tinham um testemunho incrível de vida! Levo na minha recordação alguns nomes das pessoas que me marcaram pela positiva, porque toda a minha recuperação passou por eles, aproveito para deixar um grande obrigado a todos eles! No dia 20 de janeiro fui operada, uma operação de alto risco onde eu própria tinha consciência disso, explicaram que eu tinha que ser operada e o risco era grande, mas havia possibilidade de ficar bem, e caso não fosse operada o risco de perder a vida era maior, entreguei-me completamente à equipa médica, pois melhor que ninguém, eles saberiam o que fazer comigo! Despedi-me dos meus pais por telefone, disse-lhes que ia desligar o telefone e que estava quase na hora da operação, a minha mãe disse “filha nós estamos a ir para ai! Vamos estar sempre do teu lado e tudo vai correr bem, tem fé!”, despedimo-nos, contei até 3, e desliguei o telefone! Fui anestesiada ainda no quarto, sei que passado umas horas acordei já na sala de cuidados intensivos, sentia que a primeira etapa já tinha vencido. No dia seguinte fiz a minha primeira quimioterapia, estava tudo a correr bem, e comecei a deslocar-me ao IPO para fazer quimioterapia de 15 em 15 dias, durante 6 meses , em julho de 2004 terminei a quimioterapia e comecei a radioterapia , o meu linfoma deu-se como curado e já lá vão 9 anos! Retomei a minha vida normal, recebi em 2010 alta do IPO, nesse dia voltei a chorar porque ao fim de tanto tempo de IPO, recebia alta e estava feliz, mas triste ao mesmo tempo, porque, parecia que perdia uma parte de mim, aquilo lá foi uma segunda casa durante alguns anos. Lá sentia-me segura! A todos os que neste preciso momento estão a passar por algo igual ou parecido, não se deixem ir abaixo, vivam como se não houvesse amanhã e como um voluntario me disse um dia " isto é uma tempestade onde o sol não tardará em brilhar (...)".Façam do cancro uma experiência, tal como eu fiz, aprendi a dar valor a pequenas coisas,por vezes os nossos pequenos problemas do dia a dia não são nada ! Vivam e sejam felizes.
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