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Cristiana filipa da cunha figueiredo ferreira

27 anos Tiróide, 2013, Doente
Não sei por onde começar pois a minha história tem um começo, um meio mas ainda não tem um fim. Resolvi escrever para que possa servir de exemplo a várias pessoas que têm um medo terrível da palavra cancro.Em março, tive a notícia mais desejada da vida de uma mulher: estava grávida! Depois de meses com algumas dificuldades, deixei de trabalhar e vim para casa de repouso. Tinha agendada uma consulta de rotina para vigiar os nódulos que tinha na tiroide que, por sinal, há vários anos não tinham tido qualquer desenvolvimento. Pensei que era melhor adiar porque estava grávida e porque nunca tinha acusado nada mas o meu marido discordou da ideia. Fui então à consulta e realizei a ecografia. E qual não é o meu espanto quando o médico me diz que tinha de fazer uma biópsia com urgência uma vez que um nódulo tinha duplicado de tamanho. (…) Realizei a biópsia e, passado uma semana, recebi uma carta do Hospital com uma marcação urgente para a semana seguinte. No dia 12 de setembro de 2013, quando entro no consultório, o médico olha para mim com as lágrimas nos olhos e diz-me: "Não era suposto estar a passar por isto nesta fase da sua vida mas a biópsia acusou um carcinoma papilar na tiroide". Depois desta notícia que me tirou o chão, só me perguntava o porquê de, na melhor fase da minha vida, me estar a acontecer isto.Agora percebo muito bem o porquê. Apesar de tudo, eu carregava a minha bebé na barriga e era ela que me ia dar força para continuar. Os dias seguintes foram difíceis, tinha de decidir: esperava pelo fim da gravidez, que era pior para mim porque tinha mesmo que ser operada ou decidia ter a minha menina prematura. Segundo a opinião dos médicos, o risco para a bebé era mínimo por isso, no dia 8 de outubro de 2013, dei à luz a minha guerreira Maria Antónia, a luz dos meus olhos, a minha vontade de viver e de nunca desistir. Seguiram-se 10 dias penosos de internamento, não só para mim mas para quem me acompanhou de perto mas a minha menina foi uma lutadora! No dia 17 de outubro de 2013, a boa notícia: a Maria Antónia teve alta. Apesar da felicidade, chorei muito pois despedi-me da minha segunda casa nos últimos dias e daquelas pessoas maravilhosas. Agradeci e regressei a casa mas ainda faltava a minha operação. Entretanto fui operada e vim para casa ao fim de dois dias de internamento.Agora encontro-me a realizar tratamentos, está a ser bastante duro porque estes são agressivos e não posso estar com a minha bebé. Mas uma coisa aprendi: a minha filha precisou de vir ao mundo pequenina para eu entender o tamanho de um milagre, por isso, espero que façam como eu, encarem de frente a palavra cancro!Gostaria de agradecer ao meu marido que tem sido o meu pilar nas horas mais difíceis, à minha família que é, sem dúvida, a melhor família do mundo. (…) E tenho que dar destaque à Maria Antónia que é a minha força de viver; ao meu pai que, apesar de estar no céu, sei que tem olhado diariamente por mim e a Deus por acordar todos os dias e ver a minha filha a crescer. Sorriam sempre porque a vida é bela e vale a pena viver.
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