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Elisabete Ferreira

39 anos Melanoma, 2010, Doente
No ano de 2010 foi-me diagnosticado um melanoma maligno. Ao receber uma notícia destas ninguém esta à espera, tende-se a não querer acreditar no que esta a acontecer... A fase do choro chega posteriormente, aliás está presente no dia-a-dia. Recordo que era uma constante na minha cabeça, aliás o próprio nome "cancro" assusta, e numa fase inicial não consegui falar sobre o assunto sem chorar e chorar. No fundo parecia que o céu tinha caído em cima da minha cabeça, eu que adorava o mar, o sol, e a praia, agora tinha um problema destes. Só passado algum tempo se consegue falar abertamente sobre o problema sem voz trémula e lágrima nos olhos. Fiz uma cirurgia com anestesia local para retirar o sinal e, após análise, foi detectado melanoma maligno. As nossas energias têm de estar centradas na resolução do problema e não no porquê, mesmo que haja novos obstáculos no caminho... Pois bem, fiz uma nova cirurgia para alargamento da zona de segurança e retirada do gânglio sentinela, este foi para análise e estava "infetado" com uma metástase. Voltei a fazer uma nova circurgia para esvaziamento axilar. Num mês fiz duas circurgias com anestesia geral, quando o médico me transmitiu o resultado e me disse que tinha que voltar a ser operada... outro céu caiu novamente em cima da minha cabeça. Mas não "baixei os braços", iria fazer tudo o que fosse preciso e, com pensamento positivo, eu ia conseguir. A recuperação desta cirurgia foi muito complicada pois o braço ficou com movimentos muito reduzidos e pouca sensibilidade, mas com a ajuda do meu médico, a quem muito agradeço, consegui ultrapassar pouco a pouco os obstáculos. Acho importante deixar este testemunho poque todos os dias aparecem casos novos deste ou de outro tipo de cancro, o importante é pouco a pouco irmos derrubando, destruindo as pedras que se colocam no nosso caminho, vive-se o dia-a-dia pensando nas vitórias que já tivemos e se alguma pedra mais dura persiste em não desaparecer, temos que ser persistentes, vamos conseguir ultrapassar. Não consigo dizer de onde vem a força para lutar... Mas garanto que os familiares, os colegas, os amigos, são muito importantes... Até mesmo um simples sorriso tem uma importância que em tempos poderia não ter. A minha luta continua, porque tenho que ter uma vigilância e controlo para ver se entretanto nenhum orgão ficou afetado... Porém, uma certeza eu tenho... nunca vou desistir. Força a todos os doentes e seus familiares.
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