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Mafalda Aguiar
25 anos Linfoma Hodgkin, 2018, Doente O meu nome é Mafalda e tenho 25 anos.
Ao olhar para trás, posso dizer que vivi estes 25 anos intensamente. Sempre fui daquelas pessoas que vive ao máximo, que não deixa nada por fazer, e hoje penso: ainda bem que assim é.
Aos 24 anos descobrires que tens um cancro é... confuso.
De facto, andei ainda algum tempo a tentar perceber o que tinha, com muitos exames e idas a médicos porque "estava tudo bem, só temos de fazer uma biópsia aspirativa para confirmar". 6 meses, foi o que esperei pela biópsia. Nesses 6 meses, vivi muito como sempre, viajei e cimentei uma relação que tinha à pouco tempo e que hoje percebo (e acredito) que tudo aconteceu desta forma porque estava destinado.
Foi o João, o meu namorado, que me descobriu um papinho no pescoço. E foi também o João, que foi comigo às consultas todas, esteve comigo quando fiz a cirurgia, que esteve comigo quando a médica me disse efetivamente o que se passava comigo, foi o João que desde Dezembro perdeu um bocadinho dele para me dar mais a mim.
Acredito em Deus, e sei também que ele me preparou para enfrentar esta doença com as melhores ferramentas que eu podia ter.
Estava a viver a melhor fase da minha vida. Tinha-me apercebido que naquele momento eu tinha tudo para me considerar a pessoa mais feliz do mundo. E foi aí, quando me disseram o que tinha (finalmente), que dei um suspiro, chorei... mas não entrei em pânico. Tem cura, dentro do grupo dos cancros é um dos mais fáceis de combater, tem uma taxa de sucesso muito grande. Agarrei-me a isso. E depois... eu estava preparada para enfrentar esta doença. Preparei-me e plantei ao meu lado as melhores pessoas para me ajudarem a levantar quando eu precisasse e para remarem sempre comigo. Não me revoltei, apenas Lhe agradeci.
A minha família nunca me deixa, e hoje sei quem são os que posso considerar realmente a minha família. Não só por estarem lá para mim, mas por estarem lá para a minha mãe, para o meu pai e para o meu irmão. Para eles também não é fácil, e eles têm se aguentado como gente grande. Esta doença pôs a prova toda a gente. E temo-nos superado todos. Aos meus amigos. Sempre disse que tinha azar numa coisa: só tinha amigos longe. Mas a verdade é que têm feito com que a distância se torne perto e têm sido uma grande muleta também.
Linfoma de hodgkin. É o nome da minha doença. O tratamento: quimioterapia. Quase 8h sentada numa cadeira enquanto sinto os químicos a entrarem para o meu corpo. Foram a poção que me salvou.
Hoje, passaram-se 3 meses desde o meu último tratamento. Os exames já deram todos normais.
Eu já estou bem. Já não tenho bichinhos no meu corpo. Agora, os exames de rotina vão fazer parte do meu dia-a-dia.
E cada vez que volto ao hospital há o medo dos resultados mas também o coração livre e consciente de que a palavra cancro é muito pesada mas que o nosso espírito e energias positivas nos podem ajudar a combatê-la.
Ao olhar para trás, posso dizer que vivi estes 25 anos intensamente. Sempre fui daquelas pessoas que vive ao máximo, que não deixa nada por fazer, e hoje penso: ainda bem que assim é.
Aos 24 anos descobrires que tens um cancro é... confuso.
De facto, andei ainda algum tempo a tentar perceber o que tinha, com muitos exames e idas a médicos porque "estava tudo bem, só temos de fazer uma biópsia aspirativa para confirmar". 6 meses, foi o que esperei pela biópsia. Nesses 6 meses, vivi muito como sempre, viajei e cimentei uma relação que tinha à pouco tempo e que hoje percebo (e acredito) que tudo aconteceu desta forma porque estava destinado.
Foi o João, o meu namorado, que me descobriu um papinho no pescoço. E foi também o João, que foi comigo às consultas todas, esteve comigo quando fiz a cirurgia, que esteve comigo quando a médica me disse efetivamente o que se passava comigo, foi o João que desde Dezembro perdeu um bocadinho dele para me dar mais a mim.
Acredito em Deus, e sei também que ele me preparou para enfrentar esta doença com as melhores ferramentas que eu podia ter.
Estava a viver a melhor fase da minha vida. Tinha-me apercebido que naquele momento eu tinha tudo para me considerar a pessoa mais feliz do mundo. E foi aí, quando me disseram o que tinha (finalmente), que dei um suspiro, chorei... mas não entrei em pânico. Tem cura, dentro do grupo dos cancros é um dos mais fáceis de combater, tem uma taxa de sucesso muito grande. Agarrei-me a isso. E depois... eu estava preparada para enfrentar esta doença. Preparei-me e plantei ao meu lado as melhores pessoas para me ajudarem a levantar quando eu precisasse e para remarem sempre comigo. Não me revoltei, apenas Lhe agradeci.
A minha família nunca me deixa, e hoje sei quem são os que posso considerar realmente a minha família. Não só por estarem lá para mim, mas por estarem lá para a minha mãe, para o meu pai e para o meu irmão. Para eles também não é fácil, e eles têm se aguentado como gente grande. Esta doença pôs a prova toda a gente. E temo-nos superado todos. Aos meus amigos. Sempre disse que tinha azar numa coisa: só tinha amigos longe. Mas a verdade é que têm feito com que a distância se torne perto e têm sido uma grande muleta também.
Linfoma de hodgkin. É o nome da minha doença. O tratamento: quimioterapia. Quase 8h sentada numa cadeira enquanto sinto os químicos a entrarem para o meu corpo. Foram a poção que me salvou.
Hoje, passaram-se 3 meses desde o meu último tratamento. Os exames já deram todos normais.
Eu já estou bem. Já não tenho bichinhos no meu corpo. Agora, os exames de rotina vão fazer parte do meu dia-a-dia.
E cada vez que volto ao hospital há o medo dos resultados mas também o coração livre e consciente de que a palavra cancro é muito pesada mas que o nosso espírito e energias positivas nos podem ajudar a combatê-la.
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