Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
Deixar a minha avaliaçãoDEIXAR O MEU TESTEMUNHO Voltar
Mara Borges
38 anos Mama, 2007, Doente Eu descobri que tinha um nódulo com características suspeitas na mama em novembro de 2006, tinha 25 anos. Na altura guardei segredo, porque tinha uma viagem de férias programada com o meu marido e aquela podia ser a minha última oportunidade de ser feliz, antes de confirmar a suspeita da doença.
No dia em que regressei das férias, finalmente, contei ao meu marido e aí começou a minha jornada. Consultas, exames, biopsias e, a 12 de março de 2007, a confirmação de ter cancro. Naquele momento pensei que o mundo tinha desabado sobre mim, mas não podia deixar que ninguém o percebesse. Tinha que ser eu a dar força aos que me rodeavam. A 21/março fiz mastectomia radical e a 30/abril a 1ª de 6 sessões de quimioterapia.
Em Maio de 2008, descobri que estava gravida, ainda nem tinha passado um ano do final dos tratamentos. Aquela gravidez não tinha sido planeada, até porque eu sabia que não podia engravidar dentro de cinco anos, mas a partir do momento que ouvi o seu coraçãozinho bater, soube que desejava muito aquele bebe. Os médicos que me acompanhavam estavam completamente contra aquela gravidez e fizeram-me ver que o desfecho podia não ser o mais feliz para mim. Mas eu não fui capaz de abrir mão da ideia de ser mãe. Porque embora pudesse não ter a hipótese de ver o meu filho crescer, era um pedacinho de mim que cá ficava.
O meu filho nasceu a 20 janeiro de 2009. Foram tantas as emoções e duvidas que me invadiram naquele dia. Seria uma boa mãe? Teria tempo para ser mãe e ver o meu filho crescer? Tinha medo de não ter tempo. Mas ao olhar para ele tive a certeza de que tudo iria correr bem. Os seus olhos diziam-me que nada tinha sido em vão e que aquele era um recomeço para as nossas vidas, já muito amarguradas.
E foi o recomeço!
Foi ele o portador das boas notícias, como estava tudo bem comigo possivelmente estaria curada!
O cancro não destrui a minha vida, mas sim fortaleceu.
Neste momento posso olhar pra trás e ver que superei tantas barreiras, passei por sofrimentos da vida e consegui levantar a cabeça e sair do fundo do poço, aceitando os meus defeitos e reconhecendo as minhas virtudes!
Descobri que a minha felicidade não depende de ninguém além de mim mesma!
Vejo a vida como quem vê o mar, pois quem olha o mar de qualquer ponto não consegue ver a sua imensidão. Nada será da forma que já foi um dia é muito importante agarrarmos todas as oportunidades que a vida nos dá e principalmente fazer de tudo para realizar todos os nossos sonhos.
Já passaram 12 anos, naquele momento só queria que o tempo passasse depressa. Agora peço que passe bem devagarinho para poder aproveitar tudo o que tenho de melhor, um marido maravilhoso, dois filhos fantásticos e um monte de sonhos que ainda quero realizar.
É verdade, sobrevivi e estou aqui para contar a história!
E termino com um pequeno texto de Dalai Lama, em que lhe perguntaram:
“O que mais te surpreende na Humanidade?” E ele respondeu: “Os homens … Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… … e morrem como se nunca tivessem vivido.”
No dia em que regressei das férias, finalmente, contei ao meu marido e aí começou a minha jornada. Consultas, exames, biopsias e, a 12 de março de 2007, a confirmação de ter cancro. Naquele momento pensei que o mundo tinha desabado sobre mim, mas não podia deixar que ninguém o percebesse. Tinha que ser eu a dar força aos que me rodeavam. A 21/março fiz mastectomia radical e a 30/abril a 1ª de 6 sessões de quimioterapia.
Em Maio de 2008, descobri que estava gravida, ainda nem tinha passado um ano do final dos tratamentos. Aquela gravidez não tinha sido planeada, até porque eu sabia que não podia engravidar dentro de cinco anos, mas a partir do momento que ouvi o seu coraçãozinho bater, soube que desejava muito aquele bebe. Os médicos que me acompanhavam estavam completamente contra aquela gravidez e fizeram-me ver que o desfecho podia não ser o mais feliz para mim. Mas eu não fui capaz de abrir mão da ideia de ser mãe. Porque embora pudesse não ter a hipótese de ver o meu filho crescer, era um pedacinho de mim que cá ficava.
O meu filho nasceu a 20 janeiro de 2009. Foram tantas as emoções e duvidas que me invadiram naquele dia. Seria uma boa mãe? Teria tempo para ser mãe e ver o meu filho crescer? Tinha medo de não ter tempo. Mas ao olhar para ele tive a certeza de que tudo iria correr bem. Os seus olhos diziam-me que nada tinha sido em vão e que aquele era um recomeço para as nossas vidas, já muito amarguradas.
E foi o recomeço!
Foi ele o portador das boas notícias, como estava tudo bem comigo possivelmente estaria curada!
O cancro não destrui a minha vida, mas sim fortaleceu.
Neste momento posso olhar pra trás e ver que superei tantas barreiras, passei por sofrimentos da vida e consegui levantar a cabeça e sair do fundo do poço, aceitando os meus defeitos e reconhecendo as minhas virtudes!
Descobri que a minha felicidade não depende de ninguém além de mim mesma!
Vejo a vida como quem vê o mar, pois quem olha o mar de qualquer ponto não consegue ver a sua imensidão. Nada será da forma que já foi um dia é muito importante agarrarmos todas as oportunidades que a vida nos dá e principalmente fazer de tudo para realizar todos os nossos sonhos.
Já passaram 12 anos, naquele momento só queria que o tempo passasse depressa. Agora peço que passe bem devagarinho para poder aproveitar tudo o que tenho de melhor, um marido maravilhoso, dois filhos fantásticos e um monte de sonhos que ainda quero realizar.
É verdade, sobrevivi e estou aqui para contar a história!
E termino com um pequeno texto de Dalai Lama, em que lhe perguntaram:
“O que mais te surpreende na Humanidade?” E ele respondeu: “Os homens … Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… … e morrem como se nunca tivessem vivido.”
Outros Testemunhos
- Tinha 30 anos, uma vida inteira pela frente e a certeza de que iria ver a minha filha, que na altura tinha 2 anos, a crescer. Um dia, no duche, senti um...Ler mais
- O meu avô paterno, meu pai, minha irmã, minha mãe e meu primo, todos faleceram de cancro de vários tipos. Este ano ao fim de...Ler mais
- Fui diagnosticada com cancro inflamatório da mama, em dezembro de 2013. Com uma filha de 3 anos e meio, não me restou senão...Ler mais
- Exercendo a profissão de Professora do 1º Ciclo do Ensino Básico na minha aldeia, sempre realizei os exames de rotina no período de férias, a fim de...Ler mais
- Em fevereiro de 2011, foi-me diagnosticado cancro da mama. Nunca pela cabeça me passou que iria morrer, não podia, tenho duas filhas e um marido...Ler mais
- Há 7 anos, ao fazer a depilação nas axilas, detetei que algo não estava bem, embora não conseguisse fazer a palpação do nódulo. Fui no mesmo dia ao...Ler mais