Voltar

Maria do Rosário Santos Abreu Vivaldo

45 anos Colo-Rectal (Intestino), 2010, Doente
Em fevereiro de 2010 foi-me diagnosticado um adenocarcinoma da sigmoideia, ou seja, um tumor maligno no intestino, a 12 cm do reto, através de uma colonoscopia. Apesar de não ter antecedentes familiares, e deste tipo de cancro não ser muito comum em mulheres da minha idade, tive um pressentimento de que alguma coisa não estava bem. Depois dos piores 3 anos da minha vida, com a morte repentina da minha mãe, um atribulado processo de divórcio, mudança de casa e mudança de profissão, estava finalmente a entrar num período mais calmo e comecei a aperceber-me de que ia muitas vezes à casa de banho por ter a sensação de “intestino cheio”. Tinha também perdido cerca de 5 quilos, que atribuía ao stress dos últimos anos. Queixei-me à minha médica de clinica geral que, em boa hora, me mandou fazer a colonoscopia. Na operação, realizada por laparoscopia, foi retirado todo o tumor e 16 gânglios linfáticos, 4 deles afetados pelo tumor. A recuperação foi rápida. Não cheguei a estar um mês de baixa. Depois comecei a fazer quimioterapia, que durou 6 meses, através de um cateter colocado no peito por meio de uma pequena intervenção cirúrgica com anestesia local. Correu tudo bem... bem melhor do que eu poderia imaginar. Quando nos dão a notícia de que temos cancro, é realmente um grande choque. Passamos a vida a ouvir histórias terríveis de outros casos e a pensar “E se fosse comigo? Eu não aguentava! E a quimio? Que horror!” e de repente está a acontecer-nos a nós. É mais difícil para quem tem filhos menores como eu, que dependem de mim completamente. Quando tive a minha primeira conversa com o médico, estava toda armada em forte e só fraquejei quando falei das filhas. Durante todo o processo tive o apoio de algumas amigas fantásticas e estive sempre muito optimista. A minha médica de quimioterapia chegou a pedir-me para falar com uma doente mais assustada, para a animar. Ainda continuo bastante otimista e confiante de que vou ficar completamente curada. Quero deixar este testemunho para que mais mulheres façam um diagnóstico precoce desta doença que é silenciosa e quase não tem sintomas.
Voltar

Outros Testemunhos

  • Boa noite. Por vezes pensamos que nada nos acontece ou a um familiar mas o cancro não escolhe idades, género, religião... e quando vem abala tudo e...Vânia Marques, 26 anos, Colo-Rectal (Intestino)Ler mais
  • Tudo começou em maio de 2011. Fui fazer uma colonoscopia, que estava em atraso há três anos e o resultado foi tumor maligno no intestino. No mesmo dia...Maria Silva, 55 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2011Ler mais
  • O meu Pai foi diagnosticado aos 56 anos, num dia de festa que deveria ter sido muito feliz. Chorei (choramos) tudo o que havia para chorar naquele dia e...Teresa, 31 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2011Ler mais
  • Nestes quase dois anos aprendi a aceitar a minha doença mas não me deixei consumir por ela. Sou uma mulher feliz, na mesma, mãe de dois...Alexandra Guterres, 43 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2014Ler mais
  • Em Novembro e 2016 foi diagnosticado cancro à minha mãe. Posso dizer que foi sem dúvida o pior dia da minha vida, o mundo desabou,...Vânia, 23 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2016Ler mais
  • O meu testemunho não tem um final feliz, mas não queria deixar de homenagear a coragem de um pai que mesmo contra todos os diagnósticos nunca acreditou...Andreia Pires, 29 anos, Colo-Rectal (Intestino), 2010Ler mais
Apoios & Parcerias