Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
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Marina
34 anos Mama, 2010, Doente Por mais incrível que pareça, a doença foi-me diagnosticada no mês em que comemoramos a luta contra o cancro da mama... Mas começando pelo início para que possam perceber como ingenuamente vamos deixando a doença avançar. Uns meses antes fui a uma consulta de ginecologia, queixar-me que tinha muitas dores no seio e que sentia um caroço. A médica mandou-me retirar a pílula e esperar 3 meses para vermos como evoluía a situação, mas as dores eram tantas que passados 2 meses fui às urgências de um Hospital. Assim que fui observada por 4 profissionais, os quais faziam caras de como não acreditavam no que estavam a ver, mandaram-me imediatamente fazer uma ecografia e mamografia. Nesse mesmo dia, a médica que me havia feito os exames aconselhou-me a fazer uma biópsia. Como era muito urgente poderia fazer nesse mesmo dia e assim foi. Eu estava tranquila, ainda não tinha caído em mim, até começar a fazer a biópsia e ver a médica já a transpirar e olhar com uma cara de incapacidade para a sua assistente. Perguntei o que se estava a passar e foi-me dito: O que a menina aqui tem é tão duro que não sei se vamos conseguir retirar o suficiente para análise, não sei se consegue aguentar. Depois foi uma semana de espera, angústia, medo, mas sempre confiante. Quando fui buscar o resultado no dia 29 de outubro de 2010, o mundo caiu aos meus pés: carcinoma ductal invasivo com 7 cm e 3 gânglios infetados. Assim que a médica terminou, saí da sala e fechei-me na casa de banho com o meu marido que me acompanhava e chorei, choramos, estava perdida com uma menina de 7 anos para criar e sentia a morte ali tão perto que não dava para pensar em mais nada. Mas, de repente, não sei de onde ganhei uma força dentro de mim e disse para o meu marido: Vamos vencer? Assim, seguiram-se mais exames, 6 sessões de quimioterapia, muito dolorosas mas com muita vontade de recuperar, ultrapassámos tudo e todos. Depois cirurgia radical, resultado: retiraram 10 gânglios dos quais seis estavam já infetados e o “bicho” ainda tinha 2 cm quando retirado. Pensei, se consegui diminuir de 7cm para 2cm é porque estou no bom caminho! Bom, seguiram-se mais 3 ciclos de quimioterapia e, não vou mentir, estou um pouco cansada, por vezes revoltada, mas depois penso logo: se veio ter comigo é porque vou conseguir. Deus só dá estas provações a pessoas fortes como eu. Já terminei esta fase, agora aguardo a radioterapia e depois mais tarde a reconstrução. Um segredo muito importante que o meu médico me disse depois de eu estar a agradecer tudo o que tem feito por mim foi: “Para haverem grandes médicos, é necessários termos grandes pacientes”. Tenham muita força, pois isso é o mais importante para a cura...
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