Voltar

Paula Alexandra Simões Guerra

39 anos Mama, 2010, Doente
Em abril de 2010 começou a jornada de exames que culminou em dezembro desse ano com o diagnóstico de cancro da mama. Quando a médica me disse que tinha de me retirar a mama toda fiquei como que adormecida e sem reação. Simplesmente disse “se tem que ser só me resta aceitar e seguir em frente”. E assim fiz. Em janeiro deste ano fui operada e fizeram-me logo nessa altura a reconstrução mamária. Depois foi um mês de recuperação e em março comecei a quimioterapia. Cair-me o cabelo foi o que me custou menos porque até fico gira sem cabelo. Apesar da quimioterapia não ser “pêra doce” sempre tentei ver o outro lado da medalha e até hoje não fui “abaixo” e até gozo comigo mesma porque sem cabelo e sem sobrancelhas mais parecia um extraterrestre. Os seis meses que durou a quimioterapia foram uma mistura de dor e de esperança porque cada tratamento que conseguia fazer era doloroso, mas era também mais uma vitória para o vencer. Acabei a quimioterapia em agosto e comecei a tomar o “Tamoxifeno” e cada dia que passa sinto-me cada vez melhor. Já tenho cabelo e sobrancelhas e o pior acho que já passou. Às vezes ainda me sinto um pouco insegura em relação ao futuro porque o cancro destruiu os meus sonhos e agora tenho que construir outros sonhos. Mas são os sonhos que nos fazem viver e agora vivo um dia de cada vez e dou valor às coisas que realmente têm valor porque a vida é demasiado curta para darmos importância a coisas sem importância. A todos os que lerem este meu testemunho quero dizer que mesmo quando tudo parece perdido há uma luz ao fundo do túnel e que não podemos perder a esperança. Aceitar que tinha cancro foi o primeiro passo para me curar. E hoje em dia costumo dizer que na guerra contra o cancro eu venci esta batalha, porque a guerra só o futuro sabe quem vai vencer. A todos os que lerem isto muita coragem.
Voltar

Outros Testemunhos

  • Neste meu testemunho não é minha intenção descrever os medos, as angústias, os receios ou o desânimo que por vezes teimam em nos perseguir. Tenho por...Maria Peixoto, 37 anos, Mama, 2010Ler mais
  • A todos aqueles que percorreram o caminho mais sinuoso do mundo... A todos aqueles que o estão a percorrer... A todos aqueles que o irão percorrer......Adília Carvalho, 50 anos, Mama, 1997Ler mais
  • Com 48 anos, robusta e saudável, fui fazer a mamografia e ecografia de rotina. A demora do médico a observar e a comparar as radiografias, o pedido à...Maria Oliveira, 52 anos, Mama, 2008Ler mais
  • Era uma vez... E como todas as histórias, a minha poderia começar assim, como as tradicionais! Sim, dado que amava de paixão iniciar o dia com “Era uma...Maria Macedo, 53 anos, Mama, 2005Ler mais
  • Sou uma mulher de entre tantas que, de um momento para o outro, sentiram a sua vida virada do avesso ao ser-me diagnosticado um cancro na mama. Tinha 39...Ana Costa, 45 anos, Mama, 2005Ler mais
  • Foi-me diagnosticado um tumor maligno em 2007 fui operada e foi-me tirado o peito. É uma luta grande que se tem que enfrentar, não há volta a dar vamos...Debora Krippahl, 51 anos, Mama, 2007Ler mais
Apoios & Parcerias