Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
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Raquel Vieira
31 anos Mama, Doente Olá a todos! No final de 2010, durante um auto-exame da mama detetei um alto bastante volumoso no meu peito direito. A primeira coisa que fiz em janeiro foi ir ao ginecologista, que me pediu para fazer uma ecografia e uma mamografia. Mas achei muito estranho que algo tão grande tivesse aparecido em tão pouco tempo. Decidi consultar uma especialista. No dia 1 de março de 2011, fiz no IPO nova mamografia, nova ecografia e biopsia. Tudo demasiado rápido, tudo com uma urgência que eu não cheguei a interiorizar completamente. No dia 22 de março veio nova consulta e o diagnóstico: Carcinoma Ductal Invasivo.Seguiram-se vários exames e o primeiro encontro com os especialistas das várias áreas, numa consulta de Decisão Terapêutica.O tumor era demasiado grande para operar naquele momento, tinha que fazer quimioterapia primeiro. Comecei quimioterapia a 14 de abril de 2011... Mas, surpresa, cada ciclo de quimioterapia o tumor diminuía cada vez mais. Primeiro 1 cm, depois outro, até que... após ter terminado os 6 ciclos a semana passada, tenho menos 5,5 cm de tumor... Hoje tive nova Consulta de Decisão Terapêutica e o cirurgião deu a boa nova: vou conservar a minha mama... Tenho de fazer esvaziamento axilar também, pois tenho uma metástase no gânglio da axila, mas a operação já está marcada para a 4ª semana de agosto. Tudo o que podia correr mal foi relativizado. Mantive-me sempre a trabalhar (excetuando na semana imediatamente a seguir à quimioterapia) e aprendi a gostar mais de mim mesma. Não tenho historial de família de nenhum tipo de cancro, não fumo, sou jovem, ou seja, sou uma aberração da estatística... Mas consegui virar as estatísticas a meu favor e, apesar de ainda ter muito pela frente, acho que consegui fazer o melhor por mim. Não conseguia fazer nada sem a minha família, sem a equipa fantástica de médicos, enfermeiras, auxiliares do IPO, e à Liga portuguesa Contra o Cancro, onde recebo apoio psicológico. Não era suposto acontecer, mas como não pode calhar sempre só aos outros: Esperança, fé, preseverança e força de vontade têm sido a minha fórmula. Obrigada a todos.
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