Testemunhos QUEBRAR O SILÊNCIO
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Rita
29 anos Mama, 2009, Doente Tudo começou em dezembro de 2008, quando detetei, por acaso, um nódulo no peito. Na altura fiquei em pânico, marquei de imediato uma consulta e o médico deixou-me descansada. Afinal nenhum fator apontava para um cancro. Na altura apenas fiz uma ecografia mamária, que apontou para um fibroadenoma. Como não fiquei descansada com o resultado, deixei-me estar, até que em março de 2009 decidi retirar o suposto fibroadenoma, porque este tinha aumentado e tinha dores constantes no peito. Fui operada e, quando analisado o fibroadenoma, descobrimos que afinal era um cancro. Fiquei em estado de choque, sobretudo porque perdi a confiança naquele médico, e com muito medo, mas nunca tive medo de morrer. É inexplicável a força que ganhei para tratar de mim e da minha família, que ficou completamente de rastos. Em abril fui novamente operada, porque aquela primeira cirurgia não tinha sido feita corretamente e o tumor voltou a crescer, contudo não foi feita uma mastectomia. Em julho comecei a quimioterapia. Talvez a parte mais complicada seja a alteração da imagem a que estamos habituados, mas nunca escondi do mundo que tive um cancro e por isso optei por assumir a falta de cabelo. É duro porque todos ficam olhar para nós de um modo diferente, mas eu penso que é importante sobretudo para ajudar muitas outras pessoas que tem medo de enfrentar a realidade. Em novembro de 2009 terminei a radioterapia, foi um dia muito feliz, uma sensação de dever cumprido, mas acima de tudo saber que venci. Já se passarem 2 anos, estou bem, pelo menos sinto-me bem, até hoje não percebi como tive tanta força, mas talvez porque tenho uma família maravilhosa e uns amigos fantásticos. Durante os tratamentos consegui acabar o meu curso, com muita ajuda, mas consegui. Percebi que estava rodeada de pessoas maravilhosas, eu tinha mais era que lutar. Conheci pessoas lutadoras, que passaram pelo mesmo... Sinceramente acho que não devemos ter medo e muito menos esconder o que se passa, infelizmente esta doença bate a muitas portas e isso não nos pode deixar indiferentes.
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