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Teresa André

50 anos Colo-Rectal (Intestino), 2002, Doente
Em outubro de 2002, tinha 40 anos e comecei a ter fortes dores abdominais. Fui vista por médicos que suspeitaram de gastrite. Fiz uma ecografia que nada acusou. (…) Estive cerca de três dias a fazer medicação para a obstipação e para as dores. Comecei a sentir-me inchar e decidi dirigir-me a um hospital particular que, dado não ter naquele momento disponível nenhum especialista de gastrologia, encaminhou-me para o Hospital. Entrei e de imediato foi diagnosticado cancro do cólon. Passadas umas horas entrei em coma, dada a minha descompensação. Estive dois dias na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e só depois puderam fazer a cirurgia. Estava de tal modo descompensada que não conseguiram fechar a costura. Voltei de novo para a UCI e dois dias depois voltei à mesa de operações. Na UCI desenvolvi uma septicémia. Estive à morte cerca de 2 semanas. Depois, espantosamente, recuperei. Fui uma mulher de sorte! Sorte por ter sido tratada a tempo! Sorte por ter tido uma equipa médica fantástica! Sorte por ter tido o apoio de todos os profissionais espantosos (…). Regressei a casa, com uma colostomia temporária. Descansei cerca de 1 mês. Depois recomecei a trabalhar a meio tempo e fiz 6 meses de quimioterapia. Tive a sorte de ter uma nutricionista que me ensinou a fazer uma alimentação correta que me ajudou a manter os valores para que nenhuma sessão tivesse de ser adiada. Dois meses depois voltei a ser operada e fiz a reconstrução. Passados 15 dias já estava de novo a trabalhar e a fazer a minha vida normal. Segui o follow up durante 5 anos, primeiro de 6 em 6 meses e depois de ano a ano. Depois continuei a fazer exames (…). Há quase 10 anos que tudo isto aconteceu mas eu não esqueci. No corpo trago as cicatrizes e no coração trago gravadas todas as lembranças daqueles tempos em que tive de reaprender a viver. Com menos força. Com menos velocidade. Aprendi imenso nesse tempo e, sempre que a minha vida entra num ritmo de grande stress, paro e penso naqueles dias. Agradeço diariamente esta segunda oportunidade. Enquanto fiz quimioterapia vi muitos “colegas” de tratamento desaparecerem. Ouvi muitas histórias. Percebi, felizmente, que cada caso é único e que cada pessoa tem a sua história e a sua vida. Por isso nunca pensei de modo negativo. Cada tratamento era menos um. Cada fase era mais uma fase em direção ao dia seguinte. É isso que quero partilhar aqui.
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