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Teresa Porto

29 anos Mama, 2011, Doente
Faz esta semana um ano que recebi uma das piores notícias da vida: tinha cancro de mama. Foi um turbilhão de emoções, de perguntas, enfim, muita coisa. Mas sempre tive a certeza de duas coisas: 1 - não ia deixar-me ir abaixo facilmente; 2 - ia fazer tudo o que os médicos mandassem direitinho e a coisa iria resolver-se bem. Todo o meu processo foi rápido por ser considerada doente de alto risco, por ter 28 anos e o tumor ter cerca de 8 cm. Encarei sempre os tratamentos como um caminho de cura, em vez de uns “monstros” de que toda a gente fala com medo e isso permitiu-me passar por todos eles sem grandes dramas. Em dezembro comecei a quimioterapia, deixei de trabalhar (por ordem médica) e enfrentei o touro pelos cornos. Posso-vos dizer que no meu caso foram 4 meses e que o cenário não foi tão mau como se pode pensar da quimioterapia. Mas o cabelo lá foi à vida. O tumor era mesmo ruim e depois da quimioterapia tive que fazer radioterapia durante 33 dias, antes de finalmente ser operada. Até que dia 9 de julho fui finalmente operada! Fiquei sem a mama toda, mas quando acordei já tinha uma nova (as maravilhas da medicina moderna e as mãos fantásticas de um cirurgião do IPO fazem milagres) e estava pronta pra começar uma nova etapa, sem o maldito tumor. Terei que ter cuidados com o braço que ficou sem gânglios linfáticos para o resto da vida, mas é um mal menor! Em agosto recebi a primeira boa notícia! A análise ao (que restava do) tumor e aos 22 gânglios linfáticos que me tiraram da axila foram ótimas. Os gânglios não tinham células tumorais e o tumor estava quase todo morto pela quimioterapia e radioterapia. Agora é só tomar um comprimido por dia durante os próximos 5 anos para prevenir o aparecimento de outro tumor na mama que ainda tenho e continuar a minha vida normal. Neste ano tive muito apoio, muito carinho de todos os que sabiam o que se passava. Longe ou perto, a família e os amigos foram o meu porto de abrigo e o combustível para não me ir abaixo ou entrar em pessimismos. Encarei sempre tudo como uma fase, que iria passar e pronto. Só poderei dizer que estou livre daqui a 4 anos, mas o pior já passou. (…) O sorriso nunca se desvaneceu porque ele dava-me força e dava confiança a todos os que me viam (…). Estou e sou feliz, o pior já passou! E por favor lembrem-se: o cancro de mama é fácil de tratar quando é detetado cedo (como no meu caso) e não é uma sentença de morte! É apenas uma doença como outra qualquer!
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