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Por ano, são reportados 150 000 novos casos mundialmente, que ocasionam
90 000 mortes. Representa à volta de 2,7% de todos os tumores malignos e de
2,1% da mortalidade devida ao cancro. Mais de 95% dos cancros da laringe são
carcinomas pavimentocelulares.
O Sul da Europa é a região geográfica do Mundo com a maior incidên-
cia de cancro da laringe. Em Portugal, são diagnosticados cerca de 600 novos
casos todos os anos.
A sobrevida aos cinco anos para o cancro da laringe na sua globalidade,
incluindo todos os estádios da doença, é de 65%, tornando-o um dos cancros
mais curáveis das vias aereodigestivas superiores. No entanto, este número não
tem mudado de forma significativa nos últimos 20 anos.
O cancro da laringe ocorre predominantemente no sexo masculino, mas
dados recentes mostram um aumento da sua incidência no sexo feminino. A taxa
de incidência padronizada para a população europeia de ambos os sexos é de
4,6 por cada 100 000 habitantes, elevando-se para 9,4 por cada 100 000 se só se
avaliar o sexo masculino. Por grupos etários, observa-se uma maior incidência
entre a sexta e a sétima décadas de vida (dos 50 aos 69 anos). Menos de 1% dos
casos ocorre em doentes com menos de 30 anos de idade.
3. fatores de risco
Como na maioria dos tumores, múltiplos fatores contribuem para o de-
senvolvimento do cancro da laringe. O mais importante é o tabaco. Em segun-
do lugar, temos o efeito sinérgico do consumo combinado de tabaco e álcool.
O risco baixa marcadamente após a cessação tabágica, igualando o dos não-fu-
madores após 15 anos.
Algumas profissões e exposições também estão relacionadas com o au-
mento do risco de cancro da laringe. Existe um risco acrescido para: pintores,
soldadores, trabalhadores da construção civil; pessoas expostas a fumos de ga-
solina e gasóleo, ao pó da madeira de forma crónica, ao amianto; pessoas ex-
postas a doses terapêuticas de radioterapia no pescoço.
O refluxo gastroesofágico foi identificado como um fator que contribui
para o cancro da laringe. A infeção pelo vírus do papiloma humano (HPV), no-
meadamente as estirpes 16, 18 e 33, pode contribuir para o aparecimento des-