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É, muitas vezes, um vírus silencioso. Não dá sinais de que 'está lá'. Na maioria dos casos, desaparece espontaneamente ao fim de 1 ano, mas em algumas mulheres pode progredir para cancro do colo do útero ou outras doenças genitais. A vacinação contra o HPV e o rastreio são esperanças para a erradicação deste cancro nos próximos 15 anos. O Dia da Consciencialização do HPV assinala-se a 4 de março. A SIC Notícias falou com Rui Medeiros, Diretor do Departamento de Formacão e Investigação do Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, professor universitário, diretor-adjunto do centro de investigação do IPO Porto e membro da direção da European Cancer Organization para esclarecer alguns pontos essenciais sobre o vírus.
O HPV não escolhe sexos nem idade. Infeta tanto homens como mulheres e ambos são transmissores do vírus do papiloma humano, na maior parte dos casos sem o saberem porque não têm sintomas, diz a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Segundo a European Cancer Organization, cerca de 85% das mulheres e homens sexualmente ativos são infetados com HPV em algum momento da vida.
Cerca de metade das infeções são de um tipo de HPV de "alto risco", acrescenta o National Cancer Institute.
O mesmo organismo diz que a maioria das infeções 'desaparece' sem provocar cancro graças ao sistema imunitário. Mas as de alto risco, se persistirem, pode evoluir para cancro.
A ciência sugere que o cancro do colo do útero pode ser erradicado em países que combinam duas intervenções. Portugal é um deles. Mas já lá vamos.
O que é?
O vírus do papiloma humano, também conhecido por HPV, é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial, diz o SNS num texto informativo. À SIC Notícias, Rui Medeiros explica que tem "muitas variantes e algumas delas" associam-se ao desenvolvimento de cancro.
Existem mais de 200 tipos de HPV, dos quais 12 estão associados a um "alto risco de cancro", indica a European Cancer Organization, que destaca os tipos 16 e 18.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro diz que os tipos 16 e 18 são responsáveis por 75% das lesões mais graves.
É um vírus "invisível", em que as pessoas "não percebem que estão infetadas", ao contrário do que acontece com a gripe, originada também por um vírus, que provoca febre e dores musculares e desaparece numa semana, exemplifica o investigador do IPO Porto.
No caso do HPV, a resposta imunitária é "menos evidente" e, nos casos em que é eliminado, só acontece "ao fim de seis meses ou 1 ano".
Os tipos de HPV enquadram-se em dois grupos: baixo risco e alto risco.
O diagnóstico é feito através da citologia, também conhecida como teste Papa Nicolau. Em 2020, foram registados cerca de 67.500 casos de cancro nos 27 Estados-membros da União Europeia relacionados com o HPV. Os números são da European Cancer Organization. Em 2018, morreram 26 mil mulheres na Europa com cancro do colo do útero.
Como se manifesta?
O professor universitário explica que uma infeção por HPV "não é visível", exceto quando há "evolução para cancro ou outro tipo de lesões".
Em casos menos frequentes, a infeção pode provocar comichão, ardor ou dor durante a relação sexual, verrugas, principalmente na região genital ou anal, corrimento anormal e hemorragias fora do período da menstruação, de acordo com o SNS.
Uns organismos eliminam espontaneamente o vírus, outros não. Porquê? À SIC, o investigador diz que há "vários estudos que o tentam explicar". A imunidade baixa e o tabagismo contribuem "muito" para a persistência do HPV.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro diz que "não é possível prever" quem irá desenvolver cancro. O vírus pode causar cancro e doenças genitais em homens e mulheres. É responsável por 100% dos cancros do colo do útero, 84% dos cancros do ânus, 70% na vagina, 47% no pénis, 40% na vulva e 36% dos cancros da cabeça e pescoço, refere a Liga.
Como se transmite?
O HPV transmite-se, sobretudo, através da atividade sexual. O National Cancer Institute explica que pode ser transmitido através de "qualquer contacto íntimo pele a pele", ou seja, através de sexo vaginal, anal e oral.
Nas relações sexuais, o uso de preservativo é "recomendado" por diminuir a probabilidade de transmissão. Contudo, não há "garantias" que a impeça completamente, uma vez que a transmissão ocorre através da "mucosa, pele a pele", indica o diretor-adjunto do centro de investigação do IPO Porto. A ideia é igualmente defendida pelo National Cancer Institute.
A transmissão do vírus é mais comum nas pessoas mais jovens (entre os 15 e os 25 anos) e nos primeiros 10 anos após o início da atividade sexual, adianta o SNS.
Quais os tratamentos?
Diretamente, "não existe" tratamentos para o HPV. Neste caso, a vacinação é a 'palavra de ordem' para prevenir danos maiores.
Esta ideia é reforçada pelo National Cancer Institute, que, num texto informativo, diz que a vacinação pode prevenir a infeção de HPV e, consequentemente, cancro e verrugas genitais.
"Só a vacinação contra o HPV permite a proteção eficaz (...). É possível prevenir um número significativo de doenças provocadas pelo HPV", destaca a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
HPV: cancro do colo do útero pode ser "erradicado"? Sim e Portugal está no bom caminho
O Dia Internacional de Consciencialização sobre o HPV assinala-se a 4 de março. Esclarecemos alguns pontos-chave sobre o vírus que é responsável por 100% dos cancros no colo do útero. A ciência sugere que este cancro pode ser erradicado e Portugal pode ser um dia primeiros países a fazê-lo.
É, muitas vezes, um vírus silencioso. Não dá sinais de que 'está lá'. Na maioria dos casos, desaparece espontaneamente ao fim de 1 ano, mas em algumas mulheres pode progredir para cancro do colo do útero ou outras doenças genitais. A vacinação contra o HPV e o rastreio são esperanças para a erradicação deste cancro nos próximos 15 anos. O Dia da Consciencialização do HPV assinala-se a 4 de março. A SIC Notícias falou com Rui Medeiros, Diretor do Departamento de Formacão e Investigação do Núcleo Regional Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, professor universitário, diretor-adjunto do centro de investigação do IPO Porto e membro da direção da European Cancer Organization para esclarecer alguns pontos essenciais sobre o vírus.
O HPV não escolhe sexos nem idade. Infeta tanto homens como mulheres e ambos são transmissores do vírus do papiloma humano, na maior parte dos casos sem o saberem porque não têm sintomas, diz a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
Segundo a European Cancer Organization, cerca de 85% das mulheres e homens sexualmente ativos são infetados com HPV em algum momento da vida.
Cerca de metade das infeções são de um tipo de HPV de "alto risco", acrescenta o National Cancer Institute.
O mesmo organismo diz que a maioria das infeções 'desaparece' sem provocar cancro graças ao sistema imunitário. Mas as de alto risco, se persistirem, pode evoluir para cancro.
A ciência sugere que o cancro do colo do útero pode ser erradicado em países que combinam duas intervenções. Portugal é um deles. Mas já lá vamos.
O que é?
O vírus do papiloma humano, também conhecido por HPV, é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns a nível mundial, diz o SNS num texto informativo. À SIC Notícias, Rui Medeiros explica que tem "muitas variantes e algumas delas" associam-se ao desenvolvimento de cancro.
Existem mais de 200 tipos de HPV, dos quais 12 estão associados a um "alto risco de cancro", indica a European Cancer Organization, que destaca os tipos 16 e 18.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro diz que os tipos 16 e 18 são responsáveis por 75% das lesões mais graves.
É um vírus "invisível", em que as pessoas "não percebem que estão infetadas", ao contrário do que acontece com a gripe, originada também por um vírus, que provoca febre e dores musculares e desaparece numa semana, exemplifica o investigador do IPO Porto.
No caso do HPV, a resposta imunitária é "menos evidente" e, nos casos em que é eliminado, só acontece "ao fim de seis meses ou 1 ano".
Os tipos de HPV enquadram-se em dois grupos: baixo risco e alto risco.
O diagnóstico é feito através da citologia, também conhecida como teste Papa Nicolau. Em 2020, foram registados cerca de 67.500 casos de cancro nos 27 Estados-membros da União Europeia relacionados com o HPV. Os números são da European Cancer Organization. Em 2018, morreram 26 mil mulheres na Europa com cancro do colo do útero.
Como se manifesta?
O professor universitário explica que uma infeção por HPV "não é visível", exceto quando há "evolução para cancro ou outro tipo de lesões".
Em casos menos frequentes, a infeção pode provocar comichão, ardor ou dor durante a relação sexual, verrugas, principalmente na região genital ou anal, corrimento anormal e hemorragias fora do período da menstruação, de acordo com o SNS.
Uns organismos eliminam espontaneamente o vírus, outros não. Porquê? À SIC, o investigador diz que há "vários estudos que o tentam explicar". A imunidade baixa e o tabagismo contribuem "muito" para a persistência do HPV.
A Liga Portuguesa Contra o Cancro diz que "não é possível prever" quem irá desenvolver cancro. O vírus pode causar cancro e doenças genitais em homens e mulheres. É responsável por 100% dos cancros do colo do útero, 84% dos cancros do ânus, 70% na vagina, 47% no pénis, 40% na vulva e 36% dos cancros da cabeça e pescoço, refere a Liga.
Como se transmite?
O HPV transmite-se, sobretudo, através da atividade sexual. O National Cancer Institute explica que pode ser transmitido através de "qualquer contacto íntimo pele a pele", ou seja, através de sexo vaginal, anal e oral.
Nas relações sexuais, o uso de preservativo é "recomendado" por diminuir a probabilidade de transmissão. Contudo, não há "garantias" que a impeça completamente, uma vez que a transmissão ocorre através da "mucosa, pele a pele", indica o diretor-adjunto do centro de investigação do IPO Porto. A ideia é igualmente defendida pelo National Cancer Institute.
A transmissão do vírus é mais comum nas pessoas mais jovens (entre os 15 e os 25 anos) e nos primeiros 10 anos após o início da atividade sexual, adianta o SNS.
Quais os tratamentos?
Diretamente, "não existe" tratamentos para o HPV. Neste caso, a vacinação é a 'palavra de ordem' para prevenir danos maiores.
Esta ideia é reforçada pelo National Cancer Institute, que, num texto informativo, diz que a vacinação pode prevenir a infeção de HPV e, consequentemente, cancro e verrugas genitais.
"Só a vacinação contra o HPV permite a proteção eficaz (...). É possível prevenir um número significativo de doenças provocadas pelo HPV", destaca a Liga Portuguesa Contra o Cancro.
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