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dar Voz à eSPerança                                              145




                  A paragem em Fátima foi cumprida, como previsto, com a celebração da
            missa e um último abraço de despedida de familiares e amigos, os quais foram
            propositadamente de Setúbal e de Lisboa até ao santuário. O MovApLar e a Atos
            Medical fizeram-se representar, desejando felicidades e boa viagem.
                  Seria aborrecido descrever aqui, em pormenor, todas as ricas experiên-
            cias vividas ao longo desses 2870 quilómetros a pedalar. Por isso, referiremos
            apenas alguns dos episódios mais marcantes.
                  O Manuel salientou que, sempre que estiveram em dificuldades, algu-
            ma coisa (ou alguém) surgiu para os ajudar. Logo depois da partida, a primei-
            ra ajuda veio das corporações de bombeiros que os acolheram para dormir e
            para jantar. Durante a primeira etapa espanhola, foram objeto de um acolhi-
            mento especialmente amigável por parte dos bombeiros, que até disseram aos
            colegas da etapa seguinte que acolhessem os peregrinos que iam a caminho. à
            entrada de Tordesilhas, cidade geminada com Setúbal, tiveram um grupo que
            os esperava para os conduzir até à câmara municipal, onde foram recebidos
            pelo alcaide. Entregaram a lembrança levada de Setúbal e receberam, em tro-
            ca, um mapa da cidade de Tordesilhas do ano de 1494, data da celebração do
            célebre tratado. Depois de umas copas, de umas tapas e dos discursos da pra-
            xe, os membros do grupo voltaram à estrada para percorrer mais alguns qui-
            lómetros, perante o espanto dos presentes ao verem dois laringectomizados
            metidos em tal aventura.
                  Se, como se costuma dizer, «em abril, águas mil», pelos vistos o provér-
            bio também é valido do lado de lá da fronteira: um dia, em plena Castela, os
            membros do grupo foram surpreendidos por uma copiosa chuvada, que ra-
            pidamente os encharcou. Algures numa aldeia, abrigaram-se como puderam
            sob uns pórticos, para fugir ao «dilúvio». E eis que, por trás deles, se abriu a
            porta de uma garagem e alguém os convidou a entrar e abrigar-se. Agradece-
            ram, apresentaram-se, explicaram quem eram e disseram para onde iam. Fo-
            ram de imediato convidados a descansar, a jantar e a trocar de roupa para que
            lhes pudessem tratar da que estava molhada. um bem-haja a estes acolhedo-
            res desconhecidos!
                  Em Sória estavam D. Santiago Pesas, o diretor da Atos Medical para a
            Península Ibérica e o Sr. Luís Azevedo, que os aguardavam com o convite para
            jantarem e se alojarem num magnífico hotel da cidade. Tomaram um duche, des-
            cansaram e foram passear. Foi então que encontraram casualmente um laringec-
            tomizado local. Imagine-se a surpresa desta pessoa e a conversa que se seguiu…
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