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o PaPel do teraPeuta da fala na reabIlItação do doente…           73




                  •  Gesto e expressão facial – Facilitam a interação comunicativa;
                  •  Articulação precisa das palavras, para facilitar a leitura labial – É fun-
                     damental que o interlocutor mantenha contacto visual e esteja atento,
                     de forma a conseguir «ler os lábios».


                  A terapia da fala propriamente dita inicia-se, geralmente, após a alta e
            logo que haja indicação clínica. É realizada uma avaliação e inicia-se o processo
            de aprendizagem de uma voz de substituição. Este processo é de duração muito
            variável, podendo ser retardado ou dificultado pelos tratamentos de radioterapia.
            Os seguintes fatores podem comprometer o sucesso da aprendizagem:
                  •  Xerostomia (diminuição de saliva);
                  •  Edema cervical;
                  •  Fibrose;
                  •  Estenose esofágica;
                  •  Problemas respiratórios;
                  •  Surdez;
                  •  Perturbações cognitivas;
                  •  Perturbações do foro psiquiátrico;
                  •  Estado de saúde débil;
                  •  Dificuldade em aceitar ou lidar com a nova situação.

                  O doente motivado, com um bom suporte de família e amigos e com ne-
            cessidades comunicativas torna-se um bom falante e supera, de modo geral, as
            outras dificuldades.
                  O objetivo principal do terapeuta da fala é promover a aquisição de uma
            voz de substituição funcional e eficaz que o sujeito utilize nos diversos contex-
            tos comunicacionais que facilite a sua reintegração na sociedade.
                  Há três opções de reabilitação vocal:
                  •  Voz esofágica;
                  •  Voz traqueoesofágica
                  •  Voz com laringe eletrónica

                  A voz esofágica, forma tradicional de adquirir voz sem laringe, consis-
            te na insuflação do ar através da boca até ao esófago (que serve como reser-
            vatório de ar) e, em seguida, de forma controlada e voluntária, em expulsar
            esse ar produzindo a vibração. Esta vibração produz um som que é modulado
            na cavidade oral, através do processo de ressonância e articulação normais.
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