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O FISIOTERAPEuTA NA REABILITAçãO DO DOENTE
                 SuBMETIDO A uMA LARINGECTOMIA TOTAL



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                  O objetivo principal dos cuidados prestados ao doente submetido a uma
            laringectomia total centrava-se, quase exclusivamente, na sobrevivência. No entan-
            to, a evolução das técnicas de diagnóstico e das terapias oncológicas permitiram
            ganhos no tempo de sobrevivência, que deverão levar os profissionais de saúde a
            focarem-se noutro grande objetivo: a obtenção de uma melhor qualidade de vida.
                  Os doentes submetidos a uma laringectomia total, ou a outras terapias on-
            cológicas, poderão ser alvo de algumas complicações secundárias, com possíveis
            implicações funcionais. Estas poderão diminuir significativamente a sua qualidade
            de vida. O fisioterapeuta deve fazer parte de uma ampla equipa de reabilitação,
            com o objetivo de prevenir ou minimizar o efeito dessas complicações e promo-
            ver, dessa forma, a qualidade de vida.
                  De uma forma resumida, falaremos sobre o papel do fisioterapeuta na rea-
            bilitação do doente submetido a uma laringectomia total. Sabemos que, nesta pa-
            tologia e muito especificamente nesta cirurgia, teremos uma grande probabilidade
            de lidar com algumas complicações: diminuição das amplitudes de movimento
            e da força muscular ao nível da coluna cervical e dos membros superiores, alte-
            rações do foro respiratório, dor, edema cervical, fadiga generalizada e diminui-
            ção da mobilidade de estruturas essenciais a uma voz esofágica/traqueoesofágica
            com qualidade.
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