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O FISIOTERAPEuTA NA REABILITAçãO DO DOENTE
SuBMETIDO A uMA LARINGECTOMIA TOTAL
Nuno Duarte
O objetivo principal dos cuidados prestados ao doente submetido a uma
laringectomia total centrava-se, quase exclusivamente, na sobrevivência. No entan-
to, a evolução das técnicas de diagnóstico e das terapias oncológicas permitiram
ganhos no tempo de sobrevivência, que deverão levar os profissionais de saúde a
focarem-se noutro grande objetivo: a obtenção de uma melhor qualidade de vida.
Os doentes submetidos a uma laringectomia total, ou a outras terapias on-
cológicas, poderão ser alvo de algumas complicações secundárias, com possíveis
implicações funcionais. Estas poderão diminuir significativamente a sua qualidade
de vida. O fisioterapeuta deve fazer parte de uma ampla equipa de reabilitação,
com o objetivo de prevenir ou minimizar o efeito dessas complicações e promo-
ver, dessa forma, a qualidade de vida.
De uma forma resumida, falaremos sobre o papel do fisioterapeuta na rea-
bilitação do doente submetido a uma laringectomia total. Sabemos que, nesta pa-
tologia e muito especificamente nesta cirurgia, teremos uma grande probabilidade
de lidar com algumas complicações: diminuição das amplitudes de movimento
e da força muscular ao nível da coluna cervical e dos membros superiores, alte-
rações do foro respiratório, dor, edema cervical, fadiga generalizada e diminui-
ção da mobilidade de estruturas essenciais a uma voz esofágica/traqueoesofágica
com qualidade.