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                     Muitos doentes têm uma patologia respiratória que requer um apoio do
               fisioterapeuta numa fase pré-operatória. Nesta fase, deve ser realizada uma ava-
               liação da função (amplitude de movimento e força muscular) da coluna cervical,
               da cintura escapular e da função respiratória, permitindo uma maior perceção
               do potencial de reabilitação funcional de cada doente.
                     Na fase pós-operatória, as principais áreas de intervenção do fisioterapeu-
               ta na reabilitação do doente submetido a laringectomia total são as seguintes:
                     •  Fisioterapia respiratória – É necessário consciencializar o doente sobre
                        a sua nova «mecânica respiratória», bem como ensiná-lo a eliminar se-
                        creções e a melhorar os níveis de resistência ao esforço;
                     •  Prevenção de edemas e de infeções subcutâneas – Segundo a Socie-
                        dade Internacional de Linfologia, todos os doentes submetidos a um
                        esvaziamento ganglionar incluem-se num grupo com risco de desen-
                        volver um edema ou infeções subcutâneas, devendo ser alvo de um
                        plano de prevenção. Nesse plano, aconselha-se o doente a evitar pos-
                        turas em que exista um aumento da pressão hidrostática na cabeça ou
                        no pescoço (posturas em que a cabeça esteja muito baixa), a evitar
                        fontes de calor direto na cabeça e no pescoço, a evitar aumentos de
                        pressão em torno do pescoço, a manter uma pele bem hidratada e a
                        evitar qualquer tipo de ferimento na face ou no pescoço;
                     •  Correção postural – Algumas complicações (como a dor pós­cirúrgi-
                        ca ou a diminuição de amplitudes articulares do pescoço e da cintura
                        escapular) poderão dar origem a alterações posturais que acentuem
                        progressivamente alguns défices funcionais. O doente deve ser consci-
                        encializado muito rapidamente sobre a postura a assumir ao nível dos
                        ombros e da cervical, a fim de ele próprio complementar as técnicas
                        de correção postural aplicadas pelo fisioterapeuta;
                     •  Tratamento de um edema – Nos doentes em que seja desenvolvido um
                        edema na região cervical, devem ser aplicadas técnicas específicas de
                        tratamento de edemas (drenagem linfática manual e contenção especí-
                        fica). O tratamento inclui uma fase de redução do edema e uma fase de
                        manutenção dos resultados obtidos na primeira etapa de tratamento;
                     •  Manutenção e/ou aumento das amplitudes de movimento e da força
                        muscular da coluna cervical e da cintura escapular – A cirurgia e a ra-
                        dioterapia podem levar a uma diminuição acentuada das amplitudes de
                        movimento e da força muscular da coluna cervical e da cintura esca-
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