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AQuELE QuINTO PISO…


                                                              Ana Maria Brito Jorge











                  Dia da despedida… Oito meses e meio depois do primeiro contacto…
            uma data que apetece guardar, porque é o dia da esperança renascida, das for-
            ças reconquistadas, com o olhar confiante no futuro.
                  Rever aquele quinto piso e, de repente, ver desenrolar-se todo o «filme»
            do que foi a nossa vida ao longo deste tempo, com as diferentes etapas venci-
            das, é uma emoção única.
                  A incerteza, primeiro. Depois, o choque perante o que a realidade impu-
            nha, a dor, o desespero de não poder evitar todo aquele sofrimento… A inse-
            gurança em relação ao que nos espera perde importância perante a necessidade
            de vencermos cada dia. um dia de cada vez, sim, sem querer saltar etapas, sem
            descurar todos os cuidados e todos os conselhos.
                  Também houve os passos atrás, tantos passos atrás… Não estava previsto,
            não estávamos preparados (nunca estamos!), mas temos de conseguir aguentar
            cada passo atrás que surja. A cada revés, um regresso, um reinício. Não temos
            ilusões quanto à gravidade do que estamos a enfrentar e, por isso mesmo, toda
            a força tem de assentar no conhecimento de tantos maus momentos que foram
            ultrapassados. É possível, é possível, é possível!
                  Nunca será de mais realçar a importância das palavras, dos gestos, das
            ações de quantas e quantos trabalham naquele quinto piso, para que os passos
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