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sonda nasogástrica, através da qual são alimentados, enquanto se dá a cicatriza-
ção da região operada. Não podem ingerir nada pela boca, nem sequer água. A
alimentação, líquida e mole, é ministrada através de seringas. Mesmo as sopas
têm de ser bem passadas, a fim de passarem na sonda (tubo). Esta sonda é re-
tirada ao fim de 12 dias, se a cicatrização estiver completa e não houver fístula
faringocutânea, isto é, se não houver passagem de saliva através da cicatriz do
pescoço. Nessa altura, o paciente experimenta engolir água e comida pastosa.
Se conseguir fazê-lo, a sonda é retirada e o paciente tem alta.
figura 2 – Laringectomia total da faringe
O doente que foi sujeito a uma laringectomia total perde as funções da
laringe. Assim, a voz terá de ser reabilitada através da terapia da fala, como
pode ler no capítulo correspondente. Perde também alguma força. Por outro
lado, o ar respirado não passa pelo nariz, pelo que não se dá a filtração de po-
eiras, nem a humidificação do ar. Estes doentes têm mais tosse e expetoração
do que os não-laringectomizados. O uso de filtros na cânula do traqueostoma
ajuda a controlar este aspeto.
As peças operatórias, que são os tecidos envolvidos pelo tumor, são
todas enviadas para análise pela anatomia patológica. Conforme o resultado,
pode não haver necessidade de mais tratamentos ou, pelo contrário, haver
necessidade de realizar radioterapia pós-operatória ou quimiorradioterapia
pós-operatória.