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Determinadas doenças (cirrose hepática, antecedentes de AVC e de enfar-
te agudo do miocárdio, etc.) não permitem a realização de quimiorradioterapia,
devido ao risco de complicações. A idade é outro fator que pode impedir a sua
realização (acima dos 70 anos, não deve ser feita).
Por outro lado, o tratamento de quimiorradioterapia não é isento de com-
plicações e de efeitos secundários. A dificuldade em engolir é extrema, por in-
flamação dos tecidos da faringe, o que implica a necessidade de o doente usar
uma sonda nasogástrica ou realizar uma gastrostomia endoscópica percutânea
(PEG). Esta corresponde à colocação no abdómen de um tubo para alimentação,
com ligação direta ao estômago. Durante este tratamento, é fundamental que os
doentes sejam bem alimentados, a fim de melhorarem a tolerância e a resposta
ao tratamento. Após o tratamento, a inflamação vai desaparecendo e a capaci-
dade de engolir vai sendo recuperada.
A quimiorradioterapia pode fazer desaparecer o tumor da laringe, mas
também pode fazer com que a laringe não funcione. Esta pode ficar muito aper-
tada (estenose laríngea) e não permitir uma respiração eficaz, pelo que terá de
ser realizada uma traqueostomia. A laringe pode perder a capacidade de impedir
que os alimentos passem para os brônquios e pulmões, dando origem a engas-
gos, tosse e pneumonias de aspiração, tendo de ser retirada.
A quimiorradioterapia também pode ser usada após a cirurgia, como tra-
tamento complementar. Determinadas alterações nos exames das peças opera-
tórias implicam a realização de quimiorradioterapia.
4. A fechar
O tratamento dos tumores da laringe tem como objetivo a cura dos do-
entes, e tudo é ponderado de forma a alcançar esse objetivo. Todas as decisões
de tratamento são ponderadas caso a caso, de acordo com as localizações dos
tumores e com as características dos pacientes.