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PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS
DO DOENTE COM CANCRO DA LARINGE
Andreia Ribeiro
Em Portugal, onde o cancro da laringe é a quarta doença oncológica mais
frequente entre os homens, existem equipas especializadas no seu tratamento nos
principais centros oncológicos. A combinação dos consumos de tabaco e álcool ao
longo de décadas possui um efeito explosivo, aumentando até 15 vezes o risco de
cancro da laringe, o qual só diminui cinco a dez anos após a paragem dos consumos.
O diagnóstico de cancro está ainda erradamente relacionado com a ideia
de morte e sofrimento físico e emocional. Os avanços contínuos da ciência mé-
dica quase transformaram o cancro numa doença crónica, com uma probabilida-
de de morte cada vez menor, principalmente se o diagnóstico for atempado. A
reação inicial ao diagnóstico pode variar entre o choque, a negação, o medo ou
atitudes mais intensas, como a recusa dos tratamentos e a angústia. É necessário
algum tempo para que os doentes consigam «digerir» a informação, ultrapassar as
dúvidas e preparar-se para os desafios do tratamento.
Até ao início do tratamento é possível que os doentes prevejam alterações:
da voz, da alimentação e da respiração; do seu aspeto físico e do seu papel nos
ambientes familiar e profissional. Nessa fase, é importante prestar ao doente e a
quem cuida dele informação básica sobre a doença, tratamentos e eventuais com-
plicações, esclarecendo dúvidas e explicando como o doente poderá lidar melhor
com essas etapas.