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ProbleMaS PSIcoSSocIaIS do doente coM cancro da larInge           55




            entanto, entre um terço e metade dos doentes continuará a fumar e a ingerir be-
            bidas alcoólicas durante os tratamentos, apesar das recomendações da equipa clí-
            nica e das críticas da família. Infelizmente, um quarto dos doentes recai após 12
            meses de paragem. Sempre que os doentes o queiram, existe ajuda médica e psi-
            cológica especializada ao seu dispor.
                  uma adaptação com sucesso ao cancro depende tanto do doente como pes-
            soa quanto do nível de apoio dos amigos e familiares. A personalidade do doente
            influencia a sua colaboração durante os tratamentos, sendo que uma atitude po-
            sitiva e adequada é benéfica. A aceitação plena e a atitude de confiança por parte
            de quem cuida dos doentes, bem como dos amigos deste, promovem a sua pró-
            pria aceitação. A redução do estigma facilita a reintegração social e profissional.
                  Só um terço dos doentes revela má adaptação face ao cancro. Esta minoria
            está isolada na sua casa, evitando locais públicos e até reuniões familiares. O re-
            gresso aos papéis de marido, pai, avô, etc. pode ser dificultado pelo sentimento de
            desvalorização. Por último, a reintegração no mercado de trabalho pode ser limitada
            e acompanhada tanto de discriminação quanto de uma perda do nível económico.
                  Em todas estas fases – desde o diagnóstico até à conclusão dos tratamentos,
            e durante toda a vida – é importante identificar, logo que possível, sinais de sofri-
            mento emocional. É essencial que o doente e a família os detetem e sinalizem sem
            qualquer receio. Podem suscitar diretamente perguntas aos profissionais de saúde.
                  Nestes casos, é sugerido o acompanhamento psicológico e/ou psiquiátri-
            co. É também fundamental o apoio prestado pelo serviço social (esclarecimento
            dos direitos e deveres, apoio ao domicílio e apoio económico), pelos enfermeiros
            do internamento e pela consulta externa, bem como o contacto com outros paci-
            entes laringectomizados, nomeadamente através de grupos de autoajuda (partilha
            de experiências).
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