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o Que Há de noVo na teraPêutIca do tuMor da larInge?              59




            qualquer nova técnica terapêutica, temos de aguardar a avaliação da sua eficácia
            e dos seus efeitos a longo prazo.
                  Estas três modalidades (cirurgia, radioterapia e quimioterapia) visam, de
            um modo especial, destruir as células tumorais, infelizmente com lesões de célu-
            las normais do organismo. Os mecanismos celulares que levam ao aparecimen-
            to da célula tumoral; os mecanismos que a levam a multiplicar-se de um modo
            descontrolado no local, ou a enviar grupos de células para outros locais; os me-
            canismos que fazem com que o nosso sistema defensivo (a nossa imunidade)
            falhe na identificação e na destruição destas células; o estudo de «marcadores»
            que permitam a identificação da célula tumoral no meio de células normais – to-
            dos estes mecanismos levaram à investigação de novas substâncias ou de novas
            técnicas, com finalidades distintas.
                  Em alguns tumores, constatou-se que as células tumorais apresentavam
            um número excessivo de recetores para umas proteínas (fatores de crescimento)
            que levariam à sua multiplicação incontrolável. Estão a ser desenvolvidas drogas
            que bloqueiem esses recetores, as quais serão utilizadas, isoladamente ou em
            conjunto, nos protocolos envolvendo quimioterapia e/ou radioterapia.
                  Os anticorpos monoclonais são pequenas proteínas, produzidas em la-
            boratório, que conseguem identificar as (e ligar-se exclusivamente às) células
            tumorais. Essa capacidade poderá ser aproveitada para conseguir uma ação tera-
            pêutica mais «certeira», evitando lesar as células normais. Atualmente, em algumas
            situações de tumores da laringe em estádio avançado, já se utilizam anticorpos
            monoclonais para bloquear os recetores de fatores de crescimento, em associ-
            ação com a radioterapia. Outros anticorpos monoclonais visam transportar um
            isótopo radioativo ou uma toxina que destrua apenas as células tumorais; outros
            ainda estão a ser desenhados para as sinalizar, ativando o nosso sistema imuni-
            tário, em ordem à sua destruição.
                  O sistema imunitário é responsável pelo «policiamento» constante do nos-
            so organismo, tendo em vista a identificação precoce e a rápida destruição de
            organismos estranhos (por exemplo, bactérias ou vírus) ou de células tumorais.
            Tem-se vindo a investigar a utilização de várias drogas que estimulem o melhor
            funcionamento do sistema imunitário; algumas delas já estão a ser alvo de en-
            saios clínicos em fase avançada.
                  Sabia-se desde há várias décadas que certas frequências de laser, potenci-
            adas por substâncias fotossensibilizadoras, induziam a destruição de células tu-
            morais poupando células normais. O desenvolvimento de novos dispositivos e
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