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SEM ANSIEDADES, COM TEMPO E ESPERANçA
António Côdea
Tenho 61 anos, estou reformado por invalidez e sou casado há 38 anos.
A minha mulher é professora aposentada de ensino secundário, Tenho duas fi-
lhas, com 37 e 35 anos, ambas licenciadas.
Até 2007, fui profissional de seguros numa companhia multinacional, na
qual exerci um cargo de chefia. A minha atividade profissional não me permitia
fazer desporto. No entanto, caminhava sempre que podia.
Os meus hábitos alimentares eram normais, ainda que por vezes fossem
prejudicados pelos excessivos almoços e jantares em restaurantes, decorrentes
da minha atividade profissional. Bebia normalmente, por vezes com algum abu-
so, e fumava, fumava muito.
Por volta do ano de 2005 moderei a bebida, mas continuei a fumar.
No verão de 2007, a gozar de um período de férias na praia, comecei por
ter uma impressão na garganta. Recorri a diversos médicos de clínica geral, que
me receitavam umas pastilhas para inflamações da garganta.
Permitam-me referir que grande parte dos profissionais de saúde não
estão sensibilizados para esta doença, decerto por falta de informação. O pro-
telamento precoce do diagnóstico pode efetivamente prejudicar o doente e a
consequente reabilitação.
Como a impressão se agravava e eu tinha, por vezes, dificuldade em res-
pirar, consultei um otorrinolaringologista. Após biópsia, foi-me diagnosticado